Campeonato Brasileiro

 

Palmeirense de um lado, rubro-negro de outro e o juiz tentando se explicar (Foto: Genival Paparazzi-Cortesia)


 

O DIA SEGUINTE



 

CLAUDEMIR GOMES

 



A segunda rodada do Brasileiro Série A, disputada no final de semana, foi marcada por uma série de erros de arbitragem. A ocorrência de equívocos dos apitadores, e dos que estavam respondendo pelo VAR, assustou e causou turbulência com as contestações que ecoaram nos quatro cantos do País. Erro de arbitragem no futebol brasileiro é uma redundância. O árbitro de futebol é um elemento imprescindível, mas é contestado desde a mais modesta pelada à decisão de Copa do Mundo. Eis a razão pela qual aguardei o “day after” para me posicionar sobre o festival de lambanças que ocorreu no domingo.

Não podemos esquecer o viés da emoção que emoldura o futebol. Ele induz, com frequência, críticos e analistas a misturar alhos com bugalhos. Foi justamente isso que observamos em vários programas; lives e podcasts realizados na noite do domingo. E durante todo o dia de ontem (segunda-feira)

Em tempo de quaresma a turma aproveitou para malhar o(s) judas(s). Os três jornais do Recife – DP, Folha e JC – foram os únicos no País que deram ao pênalti que levou o Palmeiras a contabilizar uma vitória sobre o Sport, a conotação de “duvidoso”. As punições que foram aplicadas aos apitadores envolvidos no episódio deveriam ser estendidas aos jornalistas que escreveram tamanho absurdo. Só eles que não enxergaram o erro crasso. Os jornais da terra aplicaram a “Lei do Caranguejo Pernambucano”. Quando um está subindo os outros puxam para baixo. E assim o nosso futebol segue capenga.

Medidas foram tomadas com base no efeito. O que falta são iniciativas para combater as causas, ou seja, assegurar um melhor preparo, uma melhor formação e treinamentos ao quadro de árbitros. O técnico Rogério Ceni, do Bahia, ressaltou em entrevista recente, a conduta equivocada do jogador brasileiro, a falta de educação e a pressão exagerada que eles fazem em cima dos árbitros. Um comportamento que leva os apitadores a errarem mais.

Concordo com Ceni, entretanto, sem compactuar com nenhuma teoria da conspiração, é importante analisar o comportamento individual de cada árbitro, assim como as escalas que os colocam, por coincidência, ou não, lado a lado com determinados clubes. Afinal, estamos em tempos de Bet. Desnecessário e desgastante o bate-boca do presidente do Sport, Yuri Romão com o jornalista Paulo Vinícius Coelho – o PVC – onde misturaram alhos com bugalhos e o dirigente leonino acabou saindo chamuscado.

É mais fácil discutir o sexo dos anjos do que o modelo de gestão do futebol brasileiro. Nem mesmo o britânico, George Orwell, que teve a brilhante inspiração de escrever – A Revolução dos Bichos – conseguiria entender o intrincado jogo de poder, que tem levado ao trono personagens de fazer inveja aos históricos gângsteres italianos. Todos querem ser amigos do rei! Verdade inquestionável. Vamos a próxima rodada porque o volume da resenha baixou.

 

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