Torcedores apaixonados homenagearam
o Trio de Ferro
LENIVALDO ARAGÃO
Esta foto, por mim organizada
em 1975 para uma matéria especial sobre a ligação de alguns torcedores ilustres
de Pernambuco com o time do coração mostra Aldemar Paiva (Náutico), João
Valença (Santa Cruz), Juvino Falcão (Sport) e Edvaldo Pessoa (Náutico).
A TIMBUATE DE ALDEMAR
O alvirrubro Aldemar Paiva,
que durante décadas obteve extraordinária audiência no rádio, com seu “Pernambuco,
Você é Meu – o programa dos pernambucanos ausentes e saudosos”, aparece na
frevologia alvirrubra, como autor de TIMBUATE, tendo por parceiro na parte
musical o maestro Luiz Caetano. Lançamento nos anos 50:
“Timbu, no céu, no lar
Timbu meu sol, meu ar
Ene-a-u-tê-i-cê-o
Sou, de verdade. teu fã
Ene-a-u-tê-i-cê-o
Sou, de verdade, teu fã
Mais do que antes, menos que
amanhã
II
Timbuate é um sonho
encantamento
Carnaval, delírio e cor em
movimento
Ene-a-u-tê-i-cê-o
Sou de verdade, teu fã”.
IRMÃOS VALENÇA E A COBRINHA
João Valença, ao lado do mano
Raul, formava a espetacular dupla Irmãos Valença, que deixou inúmeras criações musicais.
A mais famosa foi “O teu cabelo não nega”, que ganhou a parceria de Lamartine
Babo. Apaixonados pelo Santa Cruz, além do hino oficial do Tricolor do Arruda, os
Irmãos Valença dedicaram algumas produções, no ritmo do frevo, ao Santinha. Um
exemplo é PAPA TAÇAS, ainda hoje bastante executado no Colosso do Arruda,
quando a Cobra Coral joga. Vamos a ele:
“Quem é que quando joga
A poeira se levanta
É o Santa, é o Santa
Escreve pelo chão
Faz miséria e não se dobra
É a cobra, é a cobra.
II
É sem favor o maioral
O tricolor, a cobrinha coral
O mais temido timão das massas
Por apelido o papa-taças”.
O MAIS AMADO DE JOVINO
O rubro-negro Jovino Falcão, que
morreu muito cedo, teve importante participação, como um dos comandantes da
torcida do Sport, em 1975, quando o Leão conquistou o título de campeão
estadual após uma abstinência que estava entrando para o décimo terceiro ano. Um
ano antes, portanto, em 1974, quando o Rubro-Negro cerrou fileiras para vencer
um concurso da revista PLACAR, em combinação com o DIARIO DE PERNAMBUCO, para a
escolha do clube preferido dos torcedores pernambucanos, e o Leão venceu - um cupom arrancado de uma página do jornal valia um voto. Jovino
soltou o frevo-canção O MAIS QUERIDO. Tratava-se de um antagonismo ao Santa
Cruz, ainda hoje considerado o predileto na Terra dos Altos Coqueiros, do Frevo
e do Maracatu. Diz a letra:
“Está comprovado
Já foi conferido
Que o mais amado
O mais amado é que é, é que é
É o mais querido
II
É ele o maior em nosso Estado
Destaca-se do remo ao futebol
É o consagrado campeão do
Norte
O mais querido, o mais querido
É o nosso Sport”.
TIMBU COROADO
Edvaldo Pessoa, um consagrado
pianista, com participação numa das orquestras da Rádio Clube de Pernambuco,
participou juntamente com Jair Barroso e Samuel, conhecido por Carioca, todos
remadores do Náutico. da criação de TIMBU COROADO. Era uma gozação aos
remadores do Sport, que acompanhavam o Leão Coroado. Este maracatu, embora
tenha as cores rubro-negras do clube da Ilha do Retiro, não pertence oficialmente
ao Leão da Ilha. O Timbu Coroado, ao contrário, está ligado diretamente ao
Alvirrubro. Vejamos o que diz o frevo-canção:
“O nosso bloco é mesmo infezado
(sic)
É o Timbu, é o Timbu Coroado
Desde cedinho já está acordado
É o Timbu, é o Timbu Coroado
II
Entre no passo, que esse passo
é de amargar
Essa turma é mesmo boa e no
passo quer entrar
Não queira bancar o tatu
Eu conheço seu jeito, você é
timbu
III
Esse negócio de ‘casá, casá, casá’
É negócio pra maluco, ninguém
quer se amarrar
Timbu sabe isso de cor
Casar pode ser bom
Não casar é melhor”.
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