HAVIA UM AFRICANO NO CAMINHO DO LEÃO

 

O Náutico se fechou diante do Sport (Foto: Genival Paparazzi)


 

Lenivaldo Aragão


 


 

Clássico não tem favorito. É a lógica que prevalece em qualquer competição quando adversários de peso e de tradição se encontram. Mesmo quando um deles está mais encorpado para o duelo. Foi o que aconteceu neste sábado (15) na penúltima rodada da primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2025.

Há quem esnobe o certame estadual, mas nenhum dos eternos candidatos a levantá-lo, seja em que Estado for, se sente em situação confortável ao ver a festa dos outros.

Ilha do Retiro com apenas 13.023 pagantes. Só rubro-negros compareceram. Alvirrubros não puderam ir, como punição pela briga feroz envolvendo recentemente criminosos disfarçados de torcedores do Sport e do Santa.

Torcida não ganha jogo, esta é outra verdade que se ouve em mesa de bar ou festa de aniversário, de pessoas de bem, quando a conversa gira em torno de futebol.

A história das Copas do Mundo traz inúmeros exemplos dessa outra expressão popular. Lembremos o fracasso do favoritíssimo Brasil diante do Uruguai, em 1950. Maracanã superlotado por duzentos mil brasileiros, ávidos por comemorar nossa primeira conquista. Os amarelinhos, na época ainda jogando de camisas brancas, só precisavam empatar e abriram o placar. Levaram uma virada de 2 x 1 e fizeram nomes, como Maspoli, Ghiggia, o autor do gol da vitória, o lendário Obdulio Varela, uma espécie de técnico dentro de campo, e outros, entrarem para o histórico dos triunfos improváveis em mundiais.

Aqui, na Terra dos Altos Coqueiros, do Frevo e do Maracatu, o africano da Nigéria Samuel Otusanya acaba de adentrar o roteiro histórico do Clássico dos Clássicos.

Inesperadamente, balançou a rede do Sport logo aos 15 minutos de jogo e, com sua velocidade, ajudou o Náutico a desnortear a defesa do Sport. Louve-se a espetacular estreia do goleiro alvirrubro Muriel, com defesas monumentais, quando os atacantes leoninos encontraram brecha para finalizar.

O estreante goleiro Muriel deu segurança à equipe alvirrubra (Foto: Genival Paparazzi)


Jogo dramático. Até luz faltou em determinado momento, quando a partida caminhava para o fim. Rubro-negros realizando uma verdadeira “razzia” diante da barra do Náutico. Este se defendia como podia, fazendo lembrar em matéria de raça, só nisso, aquele deslumbrante time dos anos sessenta de feitos inesquecíveis na Taça Brasil diante de Palmeiras, Santos, Vasco da Gama, Atlético Mineiro e Cruzeiro. Pelo que sei, o odontólogo Ivan Brondi, o capitão da equipe, é o único sobrevivente, entre os jogadores alvirrubros.

Mas, voltando a 2025, ainda houve o gol de Igor Pereira aos 49 do segundo numa descida em contra-ataque pela esquerda. O Sport descontou com o português para animar os rubro-negros. Todavia, o Timbu continuou a escapar das perigosas investidas do Leão.

Os três primeiros colocados, Santa Cruz (1º), Náutico (2º) e Maguary (3º) têm os mesmos 16 pontos. O Maguary já jogou, na rodada, tendo empatado fora de casa com o Afogados por 1 x 1.

O líder Santa Cruz recebe o Central (7º) às 16h, no Arruda, neste domingo (16), buscando a vaga automática nas semifinais.

Quarto colocado, com 12 pontos, o Sport torce contra o Retrô (11), que, também neste domingo, às 18h, na Arena, recebe o Decisão (6º).

 

 

 

Comentários