ADEUS, BELIATO

 

A foto é de uma das formações do Náutico na conquista de 1974


O vigoroso e técnico zagueiro do Náutico já não está entre nós

 



 

Neneca; Baiano, Beliato, Sidcley e Drailton; Juca Show e Vasconcelos; Dedeu, Jorge Mendonça (Betinho), Paraguaio e Lima (Borges). Técnico, Orlando Fantoni.

Com esta formação, o Náutico derrotou o Santa Cruz em 11/12/1974, nos Aflitos, e se sagrou campeão pernambucano. Com isso, o Alvirrubro evitou que o então pentacampeão (1969, 70, 71, 72, 73) quebrasse a exclusividade de seu festejado hexacampeonato (1963, 64, 65, 66, 67, 68), que ainda é mantida.

Um dos jogadores que deram a volta olímpica naquele dia, o paulista João Augusto Beliato, radicado no Recife, desde aquela época, acaba de nos deixar. Tinha 74 anos (21/05/1950 – 16/01/2025) e embora nascido na cidade de São Paulo, iniciou-se no futebol, institucionalmente, defendendo o Fluminense da cidade mineira de Araguari. De lá foi para o Palmeiras, de onde se transferiu para o Náutico, em 1974, já amadurecendo. 

“Como o Palmeiras contava com Alfredo e Luís Pereira na zaga, a gente se dava por satisfeito quando conseguia um lugar no banco de reservas”, disse  certa vez, em entrevista ao Almanaque do Palmeiras.

 No início, teve que lutar para entrar no gosto da torcida do Náutico, que, de saída, fazia restrições ao seu comportamento na zaga. Porém, logo se firmou, depois que o técnico Orlando Fantoni formou a dupla de zaga Beliato-Sidcley, este saído do Bangu, de onde emergiu o atacante Jorge Mendonça, um dos melhores da posição no Brasil. Tanto que em 1978 defendeu as cores nacionais na Copa do Mundo realizada na Argentina.

O entendimento entre os dois zagueiros foi transportado do campo para a vida comum, tanto que se casaram com duas irmãs, sendo assim, concunhados.

Beliato jogou pelo Náutico até 1977, quando foi adquirido pelo Internacional. Cumprido o ciclo gaúcho, voltou para Pernambuco, de onde não saiu mais. Virou comerciante de peixes e crustáceos, com área de atuação no Litoral Sul. Durante anos, juntamente com Sidcley, fez parte da paisagem humana de Tamandaré e outras localidades onde adquiria a mercadoria.

Beliato tinha muitos amigos, principalmente na torcida alvirrubra e deixa um vasto corredor de saudades.

Está sendo velado na sede do Náutico até a manhã desta sexta-feira, 17, quando seu corpo será transportado para o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde vai ser sepultado às 11h, em jazigo da família. Além da esposa, Beliato deixou um casal de filhos, Paulo José e Ana Cristina.

 Para Beliato, marcantes mesmo foram suas atuações com as camisas de Náutico, onde é ídolo até hoje e jogou durante cinco anos, e Inter de Porto Alegre, em que atuou na campanha do tricampeonato Brasileiro invicto de 1979. Já no Palmeiras, as dificuldades foram grandes. "Como o time contava com Alfredo e Luis Pereira na zaga, a gente se dava por satisfeito quando conseguia um lugar no banco de reservas?.

 


Comentários