Sport Club do Recife

 

Foto: Reprodução


PRESIDENTE EM JULGAMENTO



CLAUDEMIR GOMES



Não existe nada mais utópico do que união em clube de futebol. Isto é fato.

O viés da emoção leva o homem a confundir valores e cometer os pecados da inveja, e da cobiça. Vale tudo para se chamar o clube de MEU. Até a insensatez. Eis a razão pela qual todo sucesso é comemorado com a frase: “Este clube unido jamais será vencido”. Frase universal que se perde como pluma ao vento.

As eleições do Sport batem à porta. Na próxima sexta-feira – 06/12/2024 – termina o prazo para as inscrições e anúncio oficial das chapas que irão concorrer ao pleito. Acredita-se que a disputa será emoldurada por três candidatos, mas o boato na praça sugere um nome de consenso. Como se trata de boato, a cautela é sempre importante para evitar escorregões nas fake News.

O grande protagonista desta eleição no Clube Rubro-negro da Ilha do Retiro é o presidente Yuri Romão. Há poucos dias foi festejado como herói por ter recolocado o clube na elite do futebol brasileiro: “Palmas para Yuri!”. Tão logo o som da sirene deixou de ecoar anunciando o feito que mudou o rumo da história do Sport, o presidente externou seu desejo de seguir no cargo, fato que lhe leva a enfrentar uma segunda reeleição, que na maioria dos entendedores, fere os estatutos do clube. Sendo assim: “Joguem bosta no Yuri!”.

Como todo presidente de clube de massa, Yuri é forte como vencedor, mas se torna frágil e vulnerável quando pensa em se perpetuar no cargo e chamar o clube de “MEU”.

Até a década de 80, do século passado, o presidente do Sport era indicado por um grupo de conselheiros apelidados de “Cardeais”. Coube ao ex-presidente Homero Lacerda pôr um ponto final nessa ditadura. Com o apoio da torcida ele se insurgiu contra o modelo em voga na época e venceu a eleição.

Os tempos mudaram, e assim como o mundo, os clubes de futebol também giram com as mudanças. O ex-presidente leonino, Severino Otávio – Branquinho – sempre questionou o rótulo de “liderança” que se costumava colocar em todos que ocupavam a presidência executiva do clube rubro-negro. “A liderança pertence ao presidente em exercício que faz uma administração exitosa”, ressalta Branquinho.

Yuri Romão amorteceu uma dívida milionária que herdou no Sport; recuperou o patrimônio; recolocou o clube na Série A do Brasileiro; tem um projeto de reforma e ampliação do Estádio Adelmar da Costa Carvalho definido e está com propostas em estudo, para implantação de uma SAF. Enfim, seu olhar como gestor e executivo é imperativo e merece crédito.

Unanimidade onde está envolvida uma louca paixão por um clube de futebol é surreal.

O Yuri é de causar inveja!

“Vamos tirá-lo da presidência!” Grita um conselheiro movido pela cobiça e inveja, com a postura dos velhos senadores romanos.

“A Yuri o que é de Yuri!” Rebate o líder do presidente no Conselho.

E completa:

“Lembrem-se! Não basta aplaudir o presidente, tem que votar no presidente”.

Vamos à eleição. Até o dia 16 tudo pode acontecer na Ilha do Retiro. Afinal, o rubro-negro adora uma confusão, principalmente quando o assunto é eleição.

 

 

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