HISTÓRIAS DO MUNDO DA BOLA – Lenivaldo Aragão

HOLANDESES DA GUIANA NO AMÉRICA 


Na foto, a equipe alviverde, campeã do Torneio-Início de 1955. Em pé: Perinho, Miguel, Antoninho, Claudionor, Gilberto Faria e Mourão; agachados: Jarbas, Moacir, Mitchel, Dario e Gilberto II (Arquivo do Blog)

 

 

Em 1954, o América excursionou à Guiana Holandesa, atual República do Suriname. Quando voltou ao Recife trazia quatro jogadores ali contratados para reforçar sua equipe. Causou admiração a vinda de tanto jogador de uma só vez, de um centro futebolístico que não tinha muito a oferecer. Eram Stanley (goleiro), Humphrey (centromédio), Mitchel e Franklin (atacantes). Na época se disse que os quatro só foram contratados porque podiam trazer um carro, para uso próprio, com isenção de impostos. De acordo com a legislação, cada um teria trazido um automóvel (0K), não para rodar pelas ruas da capital pernambucana, mas para fim comercial, beneficiando o dirigente do clube Rubem Moreira, que, juntamente com os irmãos, negociava com automóveis e peças de carro. Isso numa época em que a indústria automobilística nacional ainda engatinhava. Deu até inquérito policial, mas Rubem foi inocentado. Estava protegido pela lei vigente.

A verdade é que os holandeses das Guianas conheceram a Cidade Maurícia. A epígrafe homenageia Maurício de Nassau, que durante oito anos comandou este pedaço do Brasil, quando e Holanda o dominavam. Só que não encontraram quem falasse o crioulo guianense ou o holandês. Tiveram que se virar no português mal falado. Duraram pouco tempo, mas ainda jogaram. Em 17/07/55 ao ser goleado por 4 x 0 pelo Sport (Traçaia-2, Gringo e Carlinhos), o Campeão do Centenário tinha esta equipe: Miguel; Mogy e Antoninho; Claudionor, Humphrey e Mourão; Jarbas, Gilberto, Mitchel, Dimas e Dario. Os outros também tiveram oportunidade de entrar em campo. O melhor deles era o atacante Mitchel.

 

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