O repórter Chico Carlos faz sua entrevista e eu espero minha vez (Foto: cortesia de Chico Carlos) |
REI ROBERTO CARLOS E O PALMEIRAS
Anos 80, recebo uma pauta da
chefia de reportagem da revista Placar, para a qual trabalhava, em Pernambuco.
A missão era tentar matar uma charada que eles por lá não conseguiam resolver.
O cantor Roberto Carlos se encontrava no Recife, hospedado no Recife Monte Hotel,
pertinho de onde moro, e que não existe mais. Eu deveria lhe perguntar se torcia
mesmo pelo Vasco e pelo Palmeiras, como afirmavam, mas ele nunca confessava. A
revista andava havia muito tempo atrás de uma declaração sua nesse sentido para
uma reportagem que pretendia fazer. Só que todas as tentativas tinham sido em
vão. “Logo eu?”, pensei com meus botões. Aproveitei uma entrevista coletiva e
dei a cara no hotel, para surpresa de muito colega da área musical. Havia gente
da Capital e do Interior, cada um fazendo sua pergunta, com um gravador aberto,
alguns lhe pedindo uma mensagem de Natal. Quando ouviu minha indagação, o grande
astro da música brasileira me fitou, como se achasse que eu estava lhe armando
uma cilada. Foi seco e direto: “Sobre isso eu não falo”.
O tempo passou, mas uma
notícia que o nosso grande João Alberto acaba de dar na sua coluna, no Jornal
do Commercio, me leva a achar que em relação ao Palmeiras, havia algum fundo de
verdade nas desconfianças dos meus colegas paulistas. Agora em dezembro, o 50º show
de fim de ano do Rei, em vez do estúdio da Globo, será gravado num estádio. (Ou
seja, do estúdio para o estádio, sem trocadilho). Pensou-se no Maracanã, que
estará ocupado, e como opção B foi escolhido o Allianz Parque, pertencente à
Sociedade Esportiva Palmeiras. A escolha coincide com a velha desconfiança de que
Roberto é palmeirense mesmo e, cheio de mistérios, como sempre foi, procurava
não decepcionar seus fãs torcedores de outros clubes.
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