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MISTÉRIOS DA MEIA-NOITE!
CLAUDEMIR GOMES
Sempre fui apaixonado por música
e futebol. Culpa da geração dos Beatles e de Pelé. Tive o privilégio de
usufruir da boa música dos anos 60,70 e 80 do século passado, e do futebol arte
que transformou o Brasil na maior potência mundial do esporte mais popular do
planeta. Pois bem! Passavam poucos minutos da meia-noite quando acabara de
testemunhar a eliminação da Seleção Brasileira da Copa América que está sendo
disputada nos Estados Unidos. O Brasil perdeu para o Uruguai numa decisão por
pênaltis (4x2).
De imediato resolvi trocar o
futebol pela música. Recorri a inteligência artificial e ordenei de forma
implacável:
- Alexa! Som na caixa ao seu
gosto.
Numa irônica coincidência sou
presenteado com o vozeirão do Zé Ramalho:
“Mistérios da meia-noite; que
voa longe; que você nunca; não sabe nunca; se vão, se ficam; quem vai, quem
foi...”.
Não tinha como evitar uma boa
risada. Captei a mensagem e acalmei o espírito. Afinal, a nova ordem não admite
sofrimento. A boleirada está mais preocupada com o corte do cabelo, e as cores
das chuteiras, do que com o futebol a ser praticado.
O futebol brasileiro virou uma
piada pronta. Dia desses, num dos programadas esportivos da ESPN, um dos
componentes da mesa falou que, numa dessas viagens da Seleção Brasileira havia
mais de vinte cabelereiros.
Time de futebol ou modelos da
Vitoria Secrets?
A perda do compasso começa na
gestão da CBF. Pós Copa do Catar o Brasil já mudou três treinadores. Vendo o
Dorival Júnior fantasiado de Zagallo fiquei a pensar, cá com meus botões: será
que ele vai fazer o aviãozinho se o Brasil passar pelo Uruguai?
Não! Não dá mais pra engolir
esse tipo de coisa. Volta pra casa. Uma dúvida: será que a turma vai descer do
avião pela porta de trás? A maioria dos desconhecidos meninos deve ir direto
para a Europa.
Sei que a tergiversada está
grande, mas fica difícil analisar futebol diante do que as seleções de Brasil e
Uruguai nos apresentaram ontem. Um festival de botinadas, nada mais que isso.
Um espetáculo digno do clássico entre as usinas Petribu e Mussurepe.
O pior é que os frangotes dos
dois times não sabem nem ser galos de briga. Saudade de Almir Pernambuquinho e
Sérgio Ramirez.
Antes de a bola rolar o jogo foi
“vendido” como o grande clássico desta edição da Copa América.
Alexa!
Som na caixa que o Zé Ramalho
está perguntando: “Quem vai, quem foi”.
Mistérios da meia-noite!
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