NO PÉ DA CONVERSA-Lenivaldo Aragão

 

Foto: Reprodução


 

ÍNDICE: Leão no Norte e no Sul / Zebra invade a Amazônia / Uma fera debutante / Maratona timbu / Ferrão em Belém... sem querer / A lei de Chico de Brito / O crime compensa / Enquanto isso... / Sport expulsa delinquentes / Cearenses pressionam CBF / E agora o Pernambucano

 



LEÃO NO NORTE E NO SUL

Às das 21h30 desta quarta-feira (28), o Sport enfrenta o Trem, do Amapá, pela Copa do Brasil. Por ser visitante, só precisa empatar para ir à segunda fase. Jogo no Estádio Milton de Souza Correa, em Macapá, o popular Zerão. O apelido é pelo fato de a linha imaginária do Equador passar justamente pelo meio do campo, cujo grande círculo está situado no ponto zero. Assim, se o campeão pernambucano começar ocupando o Hemisfério Norte, no segundo tempo estará no Hemisfério Sul. Ou vice-versa.

ZEBRA INVADE A AMAZÔNIA

O termo “zebra” foi criado pelo técnico Gentil Cardoso para definir um time que passa por cima dos prognósticos e derruba o adversário poderoso. É que no jogo de bicho ninguém joga em zebra, que não figura entre os 25 animais catalogados, de avestruz a vaca. Mas o argentino Mariano Soso precisa tomar cuidado para que o quadrúpede africano não resolva invadir o Zerão. Suas vítimas nos últimos dias, em plena Copa do Brasil 2024, foram: Remo (Pará), eliminado pelo Porto Velho (Rondônia) e Coritiba (Paraná, do ex-treinador leonino Guto Ferreira), despedido pelo Águia de Marabá (Pará). Mais para cá, o Cruzeiro (Minas Gerais), levou uma lapada do Souza (Paraíba) e viu estrela. Aqui mesmo, em Pernambuco, já tivemos o intrépido Afogados mandando o Atlético Mineiro ir cantar de galo nas Alterosas.

UMA FERA DEBUTANTE

Emerson Galego: Reprodução Globo Esporte


Este é o caso do Petrolina, que  um pouco mais cedo, às 19h30, recebe o Cascavel, do Paraná. A Fera Sertaneja entra para a história da Copa do Brasil por estar realizando seu primeiro jogo na competição nacional. Espera-se muita animação no Estádio Paulo Coelho, tanto na arquibancada, como no gramado – a cargo do recifense Emerson Galego. Ao contrário do Sport, o Petrolina, por jogar em casa, precisa derrotar a equipe paranaense para se manter em cena.

MARATONA TIMBU

Com um sem-número de equipes das mais diferentes divisões cruzando o Brasil constantemente, de vez em quando aparece uma surpresa. O Náutico, como se sabe, depois de empatar com o Vitória (1 x 1), quarta-feira 21, voltava no dia seguinte para o Recife, só que iria primeiro a Brasília para poder voltar para o Nordeste. Em plena ida para a Capital Federal houve um problema técnico e a aeronave teve que retornar a Salvador. Além do tempo que já tinha perdido, o Timbu teria que passar por uma longa espera. O jeito foi ficar por lá, só voltando para casa na sexta-feira, véspera do clássico com o Sport.

FERRÃO EM BELÉM... SEM QUERER

Segunda-feira, 26, a equipe do Ferroviário-CE, que nesta quarta encara o Maranhão, estava no Aeroporto Pinto Martins, pronta para seguir viagem rumo a São Luís. Porém, teria que ir primeiro a Belém, passando por cima da capital maranhense e voltando para o Maranhão não se sabe quando. Os corais cearenses nem subiram. Ou melhor, subiram muitas e muitas horas depois, após um longo repouso num hotel porque uma intensa chuva não permitiu a decolagem do avião. Para quem está  sempre rodando, digo voando, isso é muito comum, ninguém esquenta. Pelo menos no mundo da bola.

A LEI DE CHICO DE BRITO

Quem é do Cariri cearense e de sua zona de influência no Sertão pernambucano – Exu e adjacências – sabe de quem falo. Era um poderoso proprietário de terras e intendente do Crato, cidade vizinha a Juazeiro do Norte. Até Padim Ciço o temia. Ou, pelo menos, respeitava. Austero, com ele quem saísse da linha era preso, processado ou o couro ardia. Não quero chegar a tanto, mas se vivo fosse, o poderoso coronel Chico de Brito seria muito útil para ajudar a dizimar esses batalhões de criminosos que se infiltraram no futebol pernambucano e estão tirando as pessoas de bem dos estádios. Certa vez, indagado sobre a tal Lei de Chico de Brito, que ele tanto apregoava, o intendente respondeu: “Essa lei eu mesmo fiz”.

O CRIME COMPENSA

É o que deve estar pensando o fora da lei que confessou à polícia ter participado do ato criminoso contra os jogadores do Fortaleza, mas foi mandado embora porque o flagrante já havia passado. A autoridade policial não teve culpa, apenas cumpriu a “lei”. O malfeitor deve ter saído da delegacia desmanchando-se em gargalhadas. É possível que tenha ido comemorar junto com os companheiros terroristas, já planejando um novo ataque.

ENQUANTO ISSO...

Thiago Galhardo, um dos jogadores que estavam no “ônibus do terror” foi licenciado pelo Fortaleza para tratar das constantes crises de pânico que passou a ter.

SPORT EXPULSA DELINQUENTES

O Sport começa a reagir no sentido de apagar do seu quadro social vários nomes de delinquentes que só contribuem para manchar a sua história tão gloriosa. Essa iniciativa de dificultar os passos dos inúmeros falsos torcedores deve ter a adesão de todos. Isso é o terrorismo implantado no futebol. Não é somente briga clubística. Deve haver outros interesses em jogo.

CEARENSES PRESSIONAM CBF

A Federação Cearense de Futebol exige da CBF medidas drásticas contra o futebol pernambucano. É um reflexo do atentado ao Fortaleza. Agora, até mesmo as nossas equipes ficam com um olho no padre e outro na missa ao transitarem pelas estradas e em alguns casos, pelas ruas. Os cearenses querem tirar Pernambuco das programações da entidade nacional ou, no mínimo evitar que tenham que vir jogar aqui. Isso faz-me lembrar a antiga guerra criada na Taça Brasil de 1964 pela imprensa alencarina a partir de uma manchete desrespeitosa do extinto Diário da Noite, vespertino recifense, sobre o Ceará Sporting Club. A disputa virou uma guerra, e o volante e mais tarde médico Salomão só suportou jogar o primeiro tempo da decisão no Presidente Vargas. Saiu de campo botando sangue pela boca ainda no primeiro tempo, não voltou imediatamente com o time para o Recife, pois ficou hospitalizado. Dois ou três dias depois teve que se submeter a uma cirurgia, suturando um rim. Torcemos para que tal estado de espírito não volte a ser incrementado.



E AGORA O PERNAMBUCANO

Há uma grande expectativa pelos dois jogos das quartas de final que indicarão os adversários de Sport e Retrô nas semifinais do Campeonato Pernambucano. As emoções começarão a ser vividas sexta-feira, 1º, com Afogados x Náutico, às 20h, nos Aflitos. A Coruja vem de uma sensacional virada sobre o Maguary – perdia por 2 x 0 aos 46 do segundo, mas venceu por 3 x 2. O Timbu vem de uma animadora vitória sobre o Sport por 1 x 0. Sábado, 2, às 16h30, Santa Cruz e Central disputam um clássico, no Arruda. Domingo passado, em Caruaru, a Cobra Coral levou a melhor sobre a Patativa: 1 x 0. Bom, o jogo no Agreste, nada tem a ver com esse no Recife.  

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