Jogadores do Fortaleza parecendo saídos de uma guerra (Foto: Reprodução jornal O POVO) |
LENIVALDO ARAGÃO
“As consequências vêm sempre depois”
– proclamava o Conselheiro Acácio, engraçado personagem do escritor português Eça de Queiroz, no romance “Primo Basílio”. Pois é, o ato criminoso de um
magote – aquilo nem é bando, é magote mesmo – de malfeitores, ou terroristas,
investindo covardemente contra o sossegado time do Fortaleza, que seguia para o
hotel após enfrentar o Sport, na Arena de Pernambuco, começa a render
dividendos. Contra nós, evidentemente.
Apesar de o STJD ter chegado à
conclusão de que se tratou de um caso meramente policial, fugindo do trâmite
esportivo, pelo fato de o ato criminoso ter acontecido fora do palco esportivo,
a Arena, e de sua zona de influência direta, um auditor do mesmo Superior
Tribunal de Justiça Desportiva, Ronaldo Piacente, pleiteia uma punição para o
Sport.
O Leão da Ilha entra na
história por pretensamente ser o clube pelo qual torcem aqueles marginais que se
amotinaram à margem da BR 232, em plena madrugada, esperando a delegação do
Tricolor do Pici passar. Não foi uma mera briga de elementos fora da lei entre
si, mas uma ação previamente organizada. Pede o auditor que os próximos jogos do
Rubro-Negro em competições promovidas pela CBF – Copas do Brasil e do Nordeste,
por exemplo – sejam realizados sem presença de público, quando o mando de campo
for dos leoninos. Fora do Estado, apenas torcedores locais serão admitidos no
estádio. A petição está nas mãos do presidente do órgão, José Perdiz, a quem
caberá a decisão final.
Para mim isso é apenas o
começo. Outras medidas restritivas podem vir por aí, ou ensaiadas. A Arena está
no esquema da Conmebol para sediar algum jogo das Eliminatórias visando à Copa
do Mundo 2026, e da Copa Feminina a se realizar em nosso País, em 2027.
Diante do avanço cada vez mais
avassalador da bandidagem em torno do futebol, sem que as autoridades se sensibilizem
no sentido de puni-los com o rigor que merecem, Pernambuco pode entrar na lista
de lugares de alto risco, ficando alijados de grandes eventos, não obstante o
esforço do presidente da FPF, Evandro Carvalho, no sentido de provar o contrário.
No caso do Fortaleza, os relatos e imagens são fortemente comprometedores.
Foto: Reprodução jornal O POVO
Comentários
Postar um comentário