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Ivan Maurício nasceu alvirrubro, foi picado pela Cobra Coral, e morreu tricolor
Madrugada de quarta-feira 03, quando recebi a informação da morte do jornalista Ivan Maurício. O aviso foi dos amigos Roberto Vieira e Geraldo Freire.
"Uma imensa perda" , disse
um. "Morreu o grande jornalista..." , disse o outro. Concordo com os
dois. Conheci Ivan, quando eu trabalhava no Jornal do Commercio e ele no
Diário da Noite. A amizade cresceu quando trabalhamos juntos no saudoso DN.
Ele era o Editor-Chefe do jornal. Eu, editor no caderno de Esportes. Foi em
1976, ano do Santa Cruz campeão pernambucano.
Bons tempos, saudoso Ivan Maurício. Que
Deus o receba com seus maravilhosos artigos, como este publicado na revista Clássico.Com.
de 2012, quando ele revelou a razão de ter se tornado torcedor do nosso querido
Santa Cruz Futebol Clube.
VIREI A CASACA
Minha mãe, Margarida, costumava dizer que o
humor lá de casa dependia do Náutico. Quando o Náutico estava vencendo, meu pai,
Francisco Limeira, era o homem mais bem humorado do mundo. Quando perdia, nem
pensar.
E assim fomos todos criados. Sete
irmãos. E eu último deles. Com seis meses de idade, em dezembro de 1951, ganhei
minha carteira de sócio remido do Náutico e a cadeira cativa 414 no Estádio dos
Aflitos.
Joguei futebol no time infantil do
Náutico, junto com Elói, Geraílton, Alberto e tantos nomes que vieram a ficar
conhecidos do grande público. Não segui a carreira adiante, embora gostasse
muito de jogar bola. Tinha um conselho que meu irmão mais velho, Zenildo,
grande centroavante, ouviu do meu pai:
– Filho meu não recebe dinheiro do
Náutico! O Náutico é só para gastar!
Entendi o recado e fui ser jornalista.
Era repórter policial, do Detran e da
Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil no Diário da Noite. Mas
a paixão pelo futebol continuava.
Pedi a Chico José e Givanildo Alves,
editores de Esportes, para aos domingos, atuar como repórter.
Fui escalado para descrever os jogos
a partir das torcidas. Narrar a partida segundo os olhos do torcedor. Paulo
Moraes, repórter do Jornal do Commercio na época, com quem dividia o
transporte da empresa, tricolor doente, me incentivou a relatar o jogo a partir
da torcida do Santa Cruz. Me levou ao Bar da Tia, aos bastidores do clube e à
geral.
Não deu outra, me apaixonei pela torcida do
Santa Cruz. Virei a casaca! Perdi meu pai e ele nunca soube dessa história. Não
queria lhe dar esse desgosto!
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