Romerinho Jatobá
Assustador!
Eis a melhor definição para o início de temporada
do futebol pernambucano, que, tudo indica, passou a ser gerido pela Lei de
Murphy, onde as coisas podem piorar cada vez mais. Os constantes equívocos
provocados pelos gestores da Federação Pernambucana de Futebol, devem ser
interpretados como prova cabal da incompetência retratada pela série de fatos
que retrata, com fidelidade, o desmando como vem sendo tratado o futebol
pernambucano.
Na última década, nosso futebol, que sempre foi uma
referência na região, apresentou uma queda vertiginosa, fato que lhe apequenou
em todos os quadrantes. Como resposta temos as campanhas inexpressivas dos
nossos clubes nas competições nacionais. A falência dos clubes do Interior é o
reflexo do abandono de um projeto exitoso de interiorização que fora implantado
na gestão do saudoso presidente da FPF, Carlos Alberto Oliveira.
A edição 2024 do Campeonato Pernambucano, com
apenas três rodadas disputadas, apresentou tantos erros decorrentes de medidas
esdruxulas, que o torcedor está tratando a competição como “o autêntico samba
do Criolo Doido”.
Na fase inicial, onde todos os clubes jogam entre
si, o Sport, atual campeão, disputará oito, das nove partidas, na Região
Metropolitana do Recife. Tal absurdo é a resultante da falta de estádios
adequados nas cidades que têm clubes disputando a Primeira Divisão do Estadual.
Como vamos entender, o Petrolina, na condição de
mandante, traz seu jogo para a Arena Pernambuco. O Maguary, da cidade de
Bonito, programa seu confronto com o Sport para o estádio dos Aflitos, no
Recife. Enfim, as vistorias feitas pela Federação Pernambucana de Futebol de
nada serviram.
Num passado recente, o diretor responsável pelas
competições, José Joaquim Pinto de Azevedo, realizava várias vistorias, e um
clube só era aprovado para disputar o Pernambucano se tivesse sua praça de
esporte devidamente aprovada.
O Santa Cruz disputou duas partidas no Arruda sem
laudos. Surpreendeu a todos com os melhores públicos das rodadas, e em seguida
seu estádio e vetado, o que deveria ter ocorrido desde o início, já que o clube
não possuía os laudos exigidos pelos órgãos competentes.
O sentimento de milhares de torcedores é o de que,
atualmente no futebol pernambucano nada se programa, tudo se improvisa. Se vai
dormir numa realidade, e se acorda em outra. As reclamações partem de todas as
torcidas. Afinal, nada se faz para atender a realidade do futebol pernambucano,
tudo se copia de outras praças. Exemplo: definição de torcida única nos
clássicos. Medida copiada do futebol paulista. Confissão de rendição à
violência imposta pelas organizadas. Lamentável.
Como explicar os maus tratos a que foi submetida a
fiel torcida do Santa Cruz na primeira partida que o Clube do Povo disputou no
campeonato. Detalhe: o jogo foi no Arruda, contra um adversário do Interior. O
jogo foi praticamente de um time só. Em seguida, num estádio Padrão Fifa, a
Arena Pernambuco, a torcida do Santa Cruz passa por maus momentos, foi
violentamente agredida na entrada do estádio.
O sentimento de todos os profissionais da imprensa,
contra os quais o presidente da FPF, lidera uma cruzada para proibir a presença
de repórteres de pista nos estádios, extinguindo uma das maiores tradições do
futebol brasileiro, é de que o mandatário caminha na contramão da história.
Evandro Carvalho também quer implantar a cobrança
de direito de transmissão dos jogos do Pernambucano para as rádios. Uma medida
que já encontra reação nas principais entidades de classe de vários estados
brasileiros.
O futebol pernambucano está sendo pensado pelos
Cavaleiros do Apocalipse, e os sinais de destruição são claros e assustadores.
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