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É PROIBIDO PROIBIR
CLAUDEMIR GOMES
A vitória do Petrolina sobre o Retrô (1x0) e o empate, sem gols, do Náutico com o
Maguary, nos Aflitos, foram os
resultados que contrariaram os palpites dos apostadores na terceira rodada do
Campeonato Pernambucano. Entretanto, os assuntos mais comentados foram os
descabidos confrontos entre as torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport,
antes do Clássico das Multidões disputado no sábado; o inconcebível tratamento
dispensado à torcida tricolor na entrada da Arena Pernambuco, uma praça de
esportes padrão FIFA, e as estapafúrdias declarações do presidente da FPF,
Evandro Carvalho, ao jornal O PODER.
A discussão de ideias sempre foi
salutar para a sociedade. Entretanto, discutir não é sinônimo de proibir,
impedir, muito menos de exterminar. O presidente da FPF se escudou num direito
que não lhe foi facultado, e a nenhuma entidade do futebol brasileiro, para
impor suas ideias, seu pensamento malicioso. Com um sarcasmo doentio concedeu
entrevista ao PODER, tripudiando sobre profissionais que sempre trabalharam em
prol do engrandecimento do futebol pernambucano.
O conceituado jornalista, e
imortal, Ângelo Castelo Branco, publicou, recentemente, artigo intitulado: O
mundo mudou e afetou os jornais. Embora o post estivesse direcionado para a
realidade do jornalismo impresso, nos leva a uma reflexão sobre a metamorfose
em curso no rádio brasileiro.
“O advento do mundo digital e,
das tecnologias de informação instantânea disponibilizadas pelas redes sociais,
afetaram drasticamente o modelo secular do jornalismo.
A fuga da propaganda para o
mundo digital causou danos econômicos irreparáveis nas empresas jornalísticas
e, também no segmento das agências de publicidade. A tecnologia digital
substituiu o papel e mudou o conceito no processo de oferta da informação...”,
observa Ângelo Castelo Branco.
O questionamento sobre a isenção
de pagamento de taxas de rádio e jornal na transmissão de jogos vem do século
passado. A Fifa cobra de todos os veículos de comunicação para transmissão dos
jogos dos Mundiais.
As confederações continentais
também passaram a cobrar espaços e direitos de transmissão nas competições
promovidas por elas.
O futebol brasileiro se propagou
e e fortaleceu, através das ondas do
rádio. Isto é fato. Em contrapartida, as empresas de comunicação tinham à
disposição um produto para aquecer seu departamento comercial . Um produto cuja
procura era maior que a oferta: futebol.
Mas o mundo mudou. O rádio AM nem
existe mais. O espaço físico reservado no estádio para abrigar a imprensa
esportiva, com a enxurrada de rádios FM e Comunitária, mais recentemente com os
canais na web se tornou diminuto. O fechamento de portas e aberturas de janelas
têm dificultado os ajustes, criado interrogações sobre direitos e deveres.
A única coisa que o tempo não
muda são as marcas registradas no caráter de cada um. Se você nasceu com o veneno do escorpião, nunca terá a
ternura da borboleta, pelo contrário, aproveitará situações de vulnerabilidade
para destilar seu veneno.
O futebol pernambucano se
apequenou na última década. Não há como contestar tal fato. Mas isto não é
efeito do trabalho da mídia esportiva. É a resposta da má gestão observada nos
clubes e na Federação. Sabemos que “não há tempo que volte”, mas o passado
recente provoca uma saudade danada.
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