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A Noite dos Filhos Ausentes
Como sempre tem acontecido, neste
sábado (23) estarei na minha terra natal, Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste
Setentrional de Pernambuco, a 190 quilômetros do Recife. Dentro do novenário
que antecipa a tradicional festa de São Miguel, realizada anualmente pela
Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e São Miguel, haverá mais uma Noite
dos Filhos Ausentes. Este evento marca o reencontro de pessoas nascidas na Cidade
das Confecções, residentes fora, mas que
não perderam o vínculo, pessoal ou sentimental, com o lugar onde vieram ao mundo.
É a oportunidade de se rever parentes e amigos da infância e da juventude,
colegas de brincadeiras à sombra das centenárias gameleiras, das peladas na
areia do Rio Capibaribe ou dos mergulhos no Mufango ou no Poço da Pedra da
Bicuda em épocas de enchentes – havia outros poços de nomes poéticos: Poço
Grande, Da Cabra, Da Professora e da Cebola.
Tempo de recordar os jogos do
Ypiranga, dos nossos primeiros ídolos, como o goleiro Zé Fuminho, Pedro Rododó,
Vicente, Guila, Afonso, Joãozinho, Totonho, Pedro Paulo, Zé Pretinho, Macaco, Mário,
Lulu, Nelson de Pretinha, o famoso Nego Rico e outros.
Sem esquecer o vereador Rodolfo
Aragão, juiz de futebol nas horas vagas. Num amistoso do Ypiranga, apitou duas
vezes seguidas para a cobrança de uma falta. E como ninguém se mexeu, uma vez que
o árbitro não havia indicado o lado para o qual seria dado o chute, como é de
praxe, ele mesmo efetuou a cobrança, diante do espanto de jogadores e
torcedores. “Como ninguém quer bater, eu mesmo bato”, disse, gritando alto e
bom som após o chute: “Tá em jogo!”
Não poderia faltar ao Encontro,
a querida e centenária Sociedade Musical Novo Século (04/10/1900), executando um
variado repertório, sob o comando do dedicado e competente maestro Rubinaldo
Catanha, tudo terminando em frevo rasgado, em plena Rua Grande, hoje chamada de
Avenida Padre Zuzinha, mas que, com todos os méritos do amado antigo vigário,
que já não está entre nós, não perde o nome original, para o povo do lugar. É exatamente
no meio da rua, sob o friozinho característico das noites santa-cruzenzes, que
a festa se realiza, com muita animação.
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