QUANDO O SPORT CRUZOU O ATLÂNTICO (2)

Bonde machuca bicicleta e tira o craque da excursão 



(Em homenagem ao Sport Club do Recife, fundado em 13 de maio de 1905, que está completando 118 anos, contamos em capítulos alguns episódios da célebre excursão do Rubro-Negro à Europa )  

 

 Sport bicampeão de 1956. Em pé, Dante Bianchi (técnico), Osvaldo, Bria, Djalma, Zé Maria, Mirim, Pinheirense e José Rozenblit (diretor de futebol); agachados, Traçaia, Naninho, Gringo, Soca e Geo.(Arquivo do Blog)


 Poucos dias antes do embarque para a Europa, o time do Sport sofreu um sério desfalque. O  centromédio Mirim, ídolo da torcida e um jogador clássico por excelência, que brilhara com a camisa do Vasco da Gama, perdeu a posição para Servílio, que viera do Rio como reforço para o banco de reservas, ficando especificamente  a suplência de Mirim. Portanto, este não foi barrado na disputa dentro de campo durante algum treino, o chamado coletivo, no qual o time titular enfrentava a equipe reserva, também chamada de quadro de aspirantes.

Na sua maioria, o elenco do Sport era composto por marinheiros de primeira viagem em giro pelos países europeus. Não era o caso do carioca Valdemir Teixeira, um profissional bastante rodado, que já estivera por lá. Além do Sport e do  Vasco, o famoso centromédio defendeu Bonsucesso, Bangu e Fluminense (RJ); Palmeiras e Botafogo (SP). América e Guarani (MG). Mirim, um brincalhão dentro e fora de campo, entrou para a história do Estádio Mário Filho, o famoso Maracanã, por ter participado, em 16 de junho de 1950, do jogo entre as seleções paulista e carioca, que o time da Terra da Garoa venceu por 3 x 1, de virada, na inauguração do então maior estádio do mundo.

O técnico Dante Bianchi mostrou-se bastante contrariado ao ser informado do afastamento da Mirim da delegação por um motivo curiosíssimo e sobretudo bizarro. O jogador, como a grande maioria dos profissionais do futebol pernambucano não possuía carro, usando uma bicicleta para seus deslocamentos pela cidade. Voltava de uma festa no bairro de Engenho do Meio para sua residência no Ipsep, quando foi atropelado por um bonde. Uma tragédia. Lesionado, teve que se submeter a um rigoroso tratamento, uma vez que havia sido ferido e por algum tempo não havia a mínima possibilidade de praticar o futebol.  

Sua ausência foi muito lamentada pela torcida, que o considerava um verdadeiro esteio na defesa leonina.

 

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