Campo do Derby tem o nome do inesquecível craque Tará
Foto: Arquivo |
O recifense conhece bem o campo de futebol localizado diante do quartel da Polícia Militar de Pernambuco, no Derby. Inaugurado em 1937, a partir de 2-2-2009, há 14 anos, portanto, passou a se chamar Estádio Coronel Humberto de Azevedo Viana. Merecida homenagem a uma figura histórica daquela corporação e do futebol pernambucano.
Trata-se
de Tará, o notável goleador do Santa Cruz e do Náutico na primeira metade do
século passado. Antes de se tornar profissional passou pelo Mocidade de Beberibe (1929) e
pelo Atheniense (1930). Defendeu o Santa
Cruz em duas fases (1931/1942 e 1948), tendo participado do primeiro
tricampeonato levantado pelo Santinha (1931-32- 33).
Ídolo
do povão, trocou o Santa pelo Náutico em 1943 por influência de um irmão que jogava
pelo Timbu, Orlando, que, mais tarde, conhecido como Pingo de Ouro, faria
bonito no Fluminense e na Seleção Brasileira.
Foto: Divulgação |
De
pequena estatura, o famoso centroavante, que ficou no Timbu até 1947, teve importante
participação na conquista do título de campeão obtido pelo Náutico em 1945. Naquele
ano tornou-se o grande destaque numa partida, nos Aflitos, em 01-07-/1945, em que
o Náutico aplicou a maior goleada registrada até hoje no Campeonato Pernambuco,
ao derrotar o Flamengo, primeiro campeão pernambucano (1915), extinto há muitas
décadas, por 21 x 3. Tará aparece nos jornais da época, como autor de 9 gols.
Ele, porém, afirmava ter marcado 10. Movimentaram o placar para o Náutico, de
acordo com a mídia, Tará 9, Luiz 5, Plínio 3, Hermenegildo 2, Hilton e Genival.
O
Náutico, dirigido pelo paraguaio Aurélio Munt, alinhou: Zeca Peneira; Délcio
Periquito e Durval; Evaldo Lima, Mário Ramos e Palito; Plínio, Hilton, Tará,
Hermenegildo e Luiz (Genival).
O
Flamengo contou com Sacramento (Alves); Proa e Adelson; Arlindo, Enedino e
Djalma; Cremildo, Francisco, Dias, Airton e Carioca.
Os
gols do time alvinegro foram marcados por Dias (2) e Carioca.
Arbitragem
de Leon Markman.
OS
IRMÃOS VIANA
Além
de Orlando, Tará tinha mais três irmãos que jogavam: Isaac, Gerson e Roldan.
Houve um tempo em que os cinco defendiam o Náutico, mas só num amistoso o
quinteto entrou em campo.
Um dos maiores jogadores
pernambucanos de todos os tempos, Tará só não atuou no futebol carioca porque
não quis interromper a carreira militar. Os compromissos com a PMPE também
fizeram com que deixasse de fazer parte da célebre Embaixada Suicida, do Santa
Cruz, em 1943.
Tará, que várias vezes comandou o ataque de Pernambuco no antigo Campeonato Brasileiro de Seleções, nasceu no Recife em 29/8/1914 – ano de fundação do Santa – e faleceu em 7/9/2000, aos 86 anos.
REVOLUÇÃO PAULISTA
Tará, juntamente com outros jogadores de Pernambuco, que também eram da Brigada Militar, hoje PMPE, participou da Revolução Paulista de 1932, defendendo os destinos da nossa Nação. Alguns pernambucanos morreram, entre eles, Manuel Luiz Bulhões Marques, Durval Carneiro Leão e Luiz Clovis Wanderley, defensores do Sport. Do Santa Cruz foram combater os revolucionários paulistas Doia e Tará, que regressaram à sua terra. Outros jogadores policiais que estiveram no campo de batalha na fria Pauliceia e voltaram: Temístocles, do Ateniene, e Agnello, do Great Western.
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