No cenário futebolístico, o termo “tragédia” está sempre presente, às vezes até para se analisar fatos que nem chegam a tanto. Porém, não é o caso do momento em que o Santa Cruz passou a viver, depois que a cabeçada certeira do jogador Chico Bala, do Tocantinópolis, balançou a rede, no Estádio João Ribeiro, na cidade de Tocantinópolis, Estado de Tocantins.
A cabeçada fatal encerrava a participação
do time do Arruda na Série D 2022 do Campeonato Brasileiro e adiava por mais um
ano o sonho da “ambicionada” volta à Série C, a Terceira Divisão Nacional. Por enquanto, o Mundão do Arruda, que vinha
encantando com a presença do povão nos jogos, vai ficar vazio e silencioso.
Convém lembrar que O Furacão
do Norte, já havia despachado o Náutico da Copa do Brasil, já em 2022, numa única
partida, lá mesmo no seu reduto, com uma vitória por 1 x 0 sobre o atual
campeão pernambucano.
O jogo de volta entre pernambucanos
e tocantinenses pelas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro,
estava em 0 x 0, mesmo placar registrado no Recife. Ali sim, no Arruda, começou
a tragédia tricolor, confirmada com a derrota por 1 x 0 na partida fora de
casa. Torcedores de lá e de cá já se preparavam para viver o drama da decisão
por pênaltis, quando uma fatalidade mudou o destino do Tricolor do Arruda. A
nova crise em que o Santa entra não surpreende, uma vez que mesmo otimista, a torcida
tem seus receios após seu time perder a chance de encaminhar em casa a
classificação.
A equipe das três cores está
voltando para casa de mãos abanando. Daqui para o fim do ano não tem mais
calendário cheio a cumprir, mas muitos compromissos financeiros a saldar. Sua próxima
atividade será aventurar uma vaga na Copa do Nordeste de 2023, ao participar do
pré-Nordestão. Novamente um mata mata. Mas, como manter o elenco até lá?
Probabilidade zero, creio.
Daqui para lá muita coisa deve acontecer nas Repúblicas
Independentes do Arruda, tudo indicando que haverá a aceleração do movimento para
transformar o velho Santinha numa empresa, como tem acontecido com outros
clubes Brasil afora.
Acontece que há todo um
caminho a ser percorrido e a solução não pode ser tomada a toque de caixa,
evitando-se que o que está ruim venha a piorar. Existe um extenso protocolo que
deve ser cumprido para evitar que a nau tricolor perca o rumo e venha a naufragar.
Em tempos que já vão bem
longe, a solução era botar o time na estrada e sair percorrendo os Estados do
Nordeste e até do Centro-Sul ou do Planalto Central, como sempre acontecia no
semestre que antecedia ou sucedia o Campeonato Pernambucano. Ao contrário da
época que vivemos, não havia calendário nacional, e os clubes tinham que se
virar.
Até o Íbis chegou a entrar
nessa. Lembro-me que certa noite fui até a residência do goleiro Jagunço, no bairro
do Hipódromo, entrevistando-o para o Diario de Pernambuco, sobre um rápido giro
que o Pássaro Preto acabara de realizar por cidades do interior de Estados
vizinhos, principalmente a Paraíba.
Voltando a falar do Santa,
será que a Federação Pernambucana de Futebol pode ajudar?
Na realidade, em se tratando de um patrimônio do Estado, o Santa merece apoio.
É verdade que o Santa Cruz não
está nesta situação, mas o momento bem faz lembrar um célebre frevo de bloco do
compositor Álvaro Alvim dedicado ao tradicional Batutas de São José, fundado em
1932:
Não
deixem morrer Batutas
Não deixem Batutas morrer
Batutas tem um passado de lutas
Viva Batutas, Batutas vai vencer!
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