Por Valdir Appel
Desloquei-me
de Brusque até a capital paranaense em companhia do meu amigo Edson e seu filho
Tiago para assistir Coritiba versus Flamengo, jogo do Campeonato Brasileiro de
Futebol.
Fomos até o hotel onde a delegação rubro-negra estava hospedada, pouco antes do
almoço que precedia a partida.
O meu amigo Joel Santana, técnico rubro-negro, nos recebeu no salão de café,
onde batemos um papo. Providenciou uma camisa do Flamengo para eu levar de
lembrança, autógrafos dos jogadores para o menino e pro Edson, à medida que os
jogadores desciam dos seus apartamentos.
No meio da conversa, o celular do Joel tocou. Era o seu pai, ligando do Rio.
Pelas respostas do Joel, ficava claro que o seu João insistia em saber se o
Romário jogaria ou não.
Joel foi taxativo:
–
Não pai! Ele não tem condições de jogo. Romário acompanhou a delegação para dar
continuidade ao seu tratamento. O joelho está baleado!
À
tarde, já no Estádio Couto Pereira, meus amigos e eu, nos posicionamos atrás da
baliza, onde a torcida do Atlético Paranaense reforçava a torcida carioca.
Mesmas cores, mesmo coração.
O “Coxa” entrou primeiro. O Flamengo sem Romário entrou em seguida. A torcida
se espantou quando viu Romário, com a camisa 11, subir o túnel em direção ao
banco de reservas.
– Romaaaario! Romaaaario! – A torcida gritou
fazendo coro.
–
Bi-cha-do! Bi-cha-do! – Reagiu a torcida verde e branca.
O jogo teve início e se manteve equilibrado durante toda a primeira etapa.
Os torcedores comentavam:
–
O baixinho deve entrar a qualquer momento.
(Foto: Pleno News) |
Eu
olhava pro Edson, cúmplice. Sabíamos que ele não jogaria.
Termina o primeiro tempo.
Descem todos os jogadores, inclusive os reservas do Flamengo.
A torcida se levanta:
–
Ro-má-rio! Ro-má-rio!
Segundo
tempo.
O Coritiba já está em campo. O Flamengo cinco minutos atrasado. Os torcedores
impacientes justificam:
– Estão aquecendo o baixinho.
O Flamengo volta com o mesmo time da etapa inicial, Romário se dirige para o
banco. A torcida se impacienta.
Volta e meia os torcedores retomam o coro pedindo Romário.
No finalzinho o zagueiro Junior Baiano, do Flamengo, perde um pênalti, e o jogo
termina 0x0.
Já na estrada, de volta pra casa, ouvimos pelo rádio do carro as entrevistas de
vestiários. Um repórter de uma emissora local entrevistou Joel e colocou uma
pergunta matreira no ar:
– Joel! Como você explica a atitude de um técnico que leva para o banco de
reservas um jogador sem condições de jogo?
–
E quem disse que ele não jogou? O treinador do Coritiba estava tão preocupado
com a possível entrada do Romário que esqueceu de fazer o seu time jogar.
Empatamos porque fomos incompetentes para aproveitar as oportunidades que
tivemos.
Rebateu de prima o exxxperto estrategista carioca.
Comentários
Postar um comentário