O Panathlon Club do Recife,
que acaba de completar 42 anos de atividades, está encetando um movimento no
sentido de ser dada à Arena de Pernambuco, o nome de Vavá. Trata-se do ex-centroavante
pernambucano Edvaldo Izídio Neto, recifense, bicampeão do mundo em 1958/62,
vestindo a camisa brasileira. Uma homenagem tardia, mas que viria fazer justiça
a quem tão bem representou o Estado nos gramados mundo afora.
“Foi o primeiro pernambucano
a ser campeão do mundo”, afirma o desportista Fortunato Russo Sobrinho,
conhecido por Nato. “Mas não existe nada em sua cidade, um beco sequer, que
relembre um feito tão glorioso.
“Não preservamos nossa memória,
infelizmente”, corrobora o coronel da PMPE reformado Fernando Soares, no que é
endossado pelo professor José Pinto Lapa – os dois são fundadores do Panathlon
recifense.
Ataque do Palmeiras em 1964, dominado por pernambucanos: Gildo (originário do Santa Cruz), Vavá (Sport), Servílio, Ademir da Guia e Rinaldo (Náutico) |
DE
SANTO AMARO PARA O MUNDO
Vavá começou no futebol nas
peladas do bairro de Santo Amaro, sob o incentivo de seu pai Odilon, investigador
de polícia, hoje agente. Ainda criança jogava num time que o “Seu Odilon”
dirigia. Logo estava defendendo o Sport,
de onde se transferiu para o Vasco da Gama, onde pontificava o célebre Ademir,
também ex-rubro-negro, vice-campeão mundial em 1950.
Pouca gente sabe, mas na
biografia de Vavá, antes do Sport, consta uma passagem pelo América recifense,
em 1948, como meia armador, posição, aliás, em que atuou nos Jogos Olímpicos de
1952.
Vavá, campeão no juvenil do Sport (Foto: Divulgação) |
Em sua valorizada carreira,
Vavá jogou profissionalmente por estes clubes: Vasco da Gama, Palmeiras, Atlético
de Madrid (ESP), América (MEX) e San Diego (EUA). Em 1969, o Peito de Aço ou
Leão da Copa começou a carreira de treinador na Portuguesa do Rio, tendo atuado
na Arábia Saudita, Espanha, Portugal, México e México. Em 1981/82 foi auxiliar
de Telê Santana na Seleção Brasileira. Em 1981 dirigiu a equipe nacional no Mundial
de Juniores.
No entanto, seu primeiro contato
com a amarelinha foi bem antes, na Olimpíada de Helsinque, na Finlândia, em
1952. Na delegação brasileira, além de Vavá estavam mais dois pernambucanos,
Adésio e Ilo. O trio atuava no Vasco, mas por coincidência, os três eram
originários do Sport.
Pelo Vasco, Vavá foi campeão
carioca em 1958 e 1962 e do Rio São Paulo, 1958; pelo Palmeiras, campeão paulista
em 1963.
Na Seleção Olímpica, em três
jogos, teve 2 vitórias e 1 derrota; marcou um gol. Na Canarinha principal foram
23 jogos, com 19 vitórias, 3 empates e 1 derrota, com 14 gols assinalados.
GOLS
DECISIVOS
Na Copa do Mundo de 1958
começou como reserva de Mazzola, mas terminou contribuindo de maneira decisiva
para a conquista do primeiro título de campeão do mundo pelo Brasil, com cinco
gols.
Conversa de craques (Reprodução internet) |
No bicampeonato de 1962, no Chile, foi um dos artilheiros da competição, com quatro gols, tendo sido um na final, vitória brasileira sobre a Chescoslováquia por 3 x 1. Antes, Amarildo e Zito já tinham balançado a rede.
Na Copa do Chile, o
pernambucano foi incluído na seleção da Fifa.
Vavá, que nasceu no Recife
em 12/11/1934, faleceu de infarto fulminante no Rio de Janeiro, em 19/01/2002,
com 67 anos. Sobre ele declarou o então presidente da República, Fernando
Henrique Cardoso: “"A morte de Vavá deixa uma
enorme lacuna no futebol brasileiro. Artilheiro imbatível, foi exemplo de
futebol, garra, paixão e emoção"
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