LAPADÁRIO
O termo acima não existe,
mas façamos de conta que já foi incluído no dicionário, pelo menos do futebol
pernambucano. Cabe inteirinho dentro dele. Uma lapada aqui, outra lapada acolá,
e temos uma imagem exata da nossa realidade do momento, num giro de 360 graus,
atingindo as quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
Sábado (18) haja lapada para
cima do Sport e do Náutico. Em Belo Horizonte, o Leão não mostrou condições de
atormentar o Atlético. Este fez valer sua força de verdadeiro líder da Série A,
vencendo o Sport por 3 x 0 e deixando o vice-campeão pernambucano na
vice-lanterna, onde já estava. No Rio, pela Série B, o Timbu chegou a arranhar a
Estrela Solitária, abrindo o placar no começo do jogo, com Jean Carlos. Mas logo
recolheu suas garras e desmanchou-se em gentilezas diante de seu anfitrião. Levou
uma virada e perdeu por 3 x 1.
COBRA MANSA
Leão manso, Timbu idem. O que
dizer da Cobra Coral? A situação do Santa Cruz foi pior do que a de seus coirmãos.
Antes de entrar em campo para encarar o Tombense, na cidade de Tombos, Minas
Gerais, o Tricolor do Arruda já havia tombado.
Embora com dois jogos ainda
a disputar, o decantado Terror do Nordeste, que atualmente só aterroriza sua
imensa torcida, havia sido tragado pelo abismo que o conduziu à Série D, ou
seja, a Quarta Divisão, escala indesejável na trajetória de clubes que têm um
passado a zelar. A derrota por 2 x 1 para o Tombense foi apenas mais uma na desastrada
caminhada tricolor. Teve um agravante, que foi a fixação do Clube das Multidões
na lanterninha da Série C 2021. “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”, parece
cantar o Santa. É que seu time não deixa mais a última colocação, nem que
derrote o Botafogo paraibano na rodada final. Uma situação vexaminosa, como
diria Odorico Paraguaçu, o personagem interpretado pelo saudoso Paulo Gracindo
na novela o Bem Amado.
PRÉ-NORDESTÃO
Antes de entrar em férias
forçadas, o Santa Cruz ainda tentará, em outubro, uma vaga na Copa do Nordeste
de 2022. Participará da segunda fase do Pré-Nordestão, enfrentando o vencedor
do duelo Treze-PB x Floresta-CE. Obter um lugarzinho no grande torneio
regional, que a cada ano ganha mais robustez seria um prêmio de consolação para
a amargurada torcida coral.
RETRÔ, O APRENDIZ
Não ter passado de um empate
no jogo de ida do primeiro mata-mata, em casa, tornou mais árdua a tarefa do
Retrô na difícil missão de superar o ABC e chegar às oitavas de final da Série
D. O time sediado em Aldeia, município de Camaragibe, na Região Metropolitana
do Recife, não entregou o ouro facilmente. Porém, mesmo depois de uma virada no
placar, não resistiu à pressão da equipe potiguar. Em pleno Frasqueirão curvou-se
à tradição do antigo decacampeão do Rio Grande do Norte. Foi derrotado por 3 x
2 e deu adeus ao campeonato, a exemplo do que acontecera com o Central, que
sequer chegou a sonhar com as oitavas. Ao Retrô dá-se o desconto de ser um time ainda em fase de aprendizado.
ATÉ OS LEÕEZINHOS
A desgraça que atinge o
futebol pernambucano estendeu seus tentáculos para todos os lados. O Sport,
presença constante nas últimas edições do Campeonato Brasileiro Sub-20, com
participações dentro da média, saiu do Recife, depois de uma colossal vitória
por 3 x 2 sobre o Corinthians, rumo ao Rio Grande do Sul, para levar uma surra
do Grêmio por 7 x 2.
O atual fracasso do futebol
pernambucano, que outrora se impunha no Nordeste e hoje já não é respeitado, não
se restringe a uma simples rodada do Brasileirão. Tem sido flagrante a partir
dos nossos fiascos na Copa do Nordeste, popularizada como Nordestão. Os
representantes de Pernambuco já não são mencionados entre os favoritos, nem
olhados de alto a baixo pelos adversários. É mister que dirigentes de clubes e da
federação procurem realizar, junto com profissionais da área, um estudo
profundo no sentido de encontrar uma nova diretriz para o futebol da Terra dos
Altos Coqueiros, que, usando uma frase popular, não é mais aquele.
Há poucos anos, os
treinadores Dado Cavalcanti e Roberto Fernandes, já prevendo o que estava por
vir, promoveram um simpósio num hotel em Boa Viagem neste sentido. Muita gente
do mundo da bola presente, mas como Roma não se fez num dia, não se conseguiu em
tão pouco tempo evitar a queda, não obstante ter sido dado o alerta!
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