Vi a Seleção, com Didi, pela primeira vez em 1956 (Foto: CBF) |
Desde 1934, quando se deslocava de navio nas suas viagens à Europa, a Seleção Brasileira encanta os pernambucanos. Foi aqui que a equipe nacional sofreu uma das cinco derrotas em toda a sua trajetória, para times de clubes. Perdeu para o Santa Cruz por 3 x 2. A primeira vez que a vi jogar foi em 18/4/1956, Domingo de Páscoa. De passagem para o Velho Mundo, agora por via aérea, mais uma vez fez uma escala no Recife para enfrentar a Seleção Pernambucana, amistosamente, é claro. Jogo na Ilha do Retiro. Eu tinha chegado à Capital, que ainda não conhecia, fazia cinco dias. Ainda menor de idade. Vinha cuidar da vida, estudar, trabalhar. Tudo era deslumbramento para o “matuto” vindo da vila de Santa Cruz do Capibaribe, com cerca de três mil habitantes, ainda pertencente ao município de Taquaritinga do Norte. Foi maravilhoso ver jogadores, tanto daqui, como de fora, que só conhecia pelo rádio, jornais ou revistas.
O
Brasil, dirigido por Flávio Costa, o mesmo da Copa de 1950, derrotou
Pernambuco, comandado por José Mariano Carneiro Pessoa, o popular Palmeira, por
2 x 0, gols de Didi e Escurinho, tendo alinhado: Gilmar; Djalma Santos (Paulinho)
e De Sordi; Zózimo, Roberto (Formiga) e Nilton Santos; Sabará, Valter (Álvaro),
Gino, Didi e Canhoteiro (Escurinho).
Pernambuco:
Barbosa – o da Copa de 50 – (Leça); Caiçara e Lula; Zequinha (Claudionor),
Aldemar e Mourão; Jorge de Castro (Zezinho Caixão), Wassil (Dimas), Otávio,
Amaury (Rubinho) e Dario (Zeca).
Arbitragem
de Horts Harden, alemão contratado pela Federação Pernambucana de Futebol.
De
lá para cá foram vários jogos em coberturas no Recife, outras capitais
estaduais e no exterior. Sou fã de carteirinha da Seleção. Torço imensamente
pela equipe da camisa verde e amarela, em qualquer categoria, não apenas no
futebol, mas noutras modalidades, como o voleibol, o basquetebol etc.
Lamentavelmente,
a Covid 19 não me permite estar na Arena de Pernambuco nesta quinta-feira (9)
para ver Neymar e sua turma enfrentar a Seleção Peruana.
Folgo
em saber que os canarinhos estão muitos satisfeitos em pisar solo pernambucano,
onde são tratados com muito apreço. Aqui, a “pátria de chuteiras” tão exaltada
por um pernambucano ilustre, o escritor, jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues,
sempre se sentiu em casa. Pena é que a delegação nacional não possa receber de
perto o carinho que os pernambucanos lhe dedica.
Para
quem não sabe, o Brasil foi representado pela Seleção Pernambucana, denominada
de Cacareco, num Campeonato Sul-Americano Extra, de caráter amistoso, em 1959,
no Equador.
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