Primeiro Torneio-Início da 2ª Divisão durou três dias
Nesse
domingo (5) será dada a largada para mais uma edição do Campeonato Pernambucano
da Série A 2, a Segunda Divisão do Campeonato Pernambucano, com a participação
de 14 clubes. O campeão e o vice-campeão terão acesso à Série A 1 de 2022. Os
participantes são estes, divididos em dois grupos de sete, enfrentando-se entre
si em apenas jogos de ida são:
GRUPO
A
América
(Recife)
Atlético
Pernambucano (Carpina)
Cabense
(Cabo de Santo Agostinho)
Centro
Limoeirense (Limoeiro)
Ferroviário
do Cabo (Cabo de Santo Agostinho)
Íbis
(Paulista)
Ipojuca
(Ipojuca)
GRUPO
B
1º
de Maio (Petrolina)
Barreiros
(Barreiros)
Caruaru
City (Caruaru)
Pesqueira
(Pesqueira)
Petrolina
(Petrolina)
Serrano
(Serra Talhada)
Ypiranga
(Santa Cruz do Capibaribe)
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| Em 2020, o Vera Cruz foi campeão pela quarta vez e subiu para a Série A 1 (Foto: Divulgação) |
RELEMBRANDO
O SUBURBANO
O surgimento
do futebol em Pernambuco no alvorecer do século XX, ensejou a criação de muitos
clubes no Recife, tanto no centro da cidade, como nos subúrbios ou arrabaldes,
que posteriormente passaram a ser tratados por bairros. Com a proliferação
dessas equipes, houve a necessidade da criação de uma entidade que pudesse
agrupá-las, posto que não cabiam na LPDT – Liga Pernambucana de Desportos
Terrestres –, que regia o Campeonato Pernambucano. Assim, surgiu a Associação
Suburbana dos Desportos Terrestres (ASDT), em 1º de fevereiro de 1929. Seus
primeiros filiados foram os clubes ABC, Afogadense, Associação Atlética do
Arruda (AAA), conhecida popularmente como Trinca de Ás, Arruda Diversional, Atheniense,
Aurora, Auto Sport, Cordeirense Fluminense, Great Western, Independência, Íris,
Jutaí, Monteirense, Nacional, Palmeiras, Pina, Recife, Rio Branco, Rio Corrente,
Santos Dumont, Tejipió, Tráfego, Torre, Tuyuti e Varzeano.
Com
a criação da ASDT, o futebol suburbano tomou um impulso extraordinário. Com
isso, os jogos da primeira divisão do Campeonato Pernambucano começaram a
passar por um preocupante esvaziamento. Um clássico no subúrbio atraía uma
verdadeira multidão. Havia casos em jogadores da elite eram atrações
suburbanas. A AAA, por exemplo, constituía-se numa espécie de filial do Santa
Cruz, utilizando, às vezes, até os 11 titulares do Clube das Multidões, pelo
menos em amistosos, que eram constantes.
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| Íris, campeão suburbano em 1928 (Foto:Museu Virtual do Futebol) |
Mais tarde, vários desses times, que se destacaram, passaram a fazer parte da divisão principal, como aconteceu com Atheniense, Great Western, Associação Atlética do Arruda, Fluminense, Israelita, Encruzilhada e Íris.
FESTA
DE ARROMBA
Logo
no ano de sua fundação, a nova entidade realizava, em 28 de abril, o
torneio-início de seu primeiro campeonato, com a participação de 38 clubes. O
evento tornou-se fantástico, porque era a apresentação de todas as equipes que
disputariam o certame, com partidas eliminatórias até ser conhecido o campeão
do torneio.
O
local dos jogos foi o campo do América, no bairro da Jaqueira. O Torneio-Início,
dadas as suas características teve que ser dividido em três dias de disputa. A
taça foi levantada pelo Atheniense, que somou 72 pontos, ficando em segundo
lugar, com 69, a Associação Atlética Great Western, o time da empresa inglesa
encarregada do transporte ferroviário no Estado. O Atheniense também conquistou
mais tarde o campeonato propriamente dito, sendo chamado de “pai dos
subúrbios.” Já o campeonato em si foi considerado o maior do Brasil em número
de participantes.
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| Náutico em 1956, com dois oriundos do Íbis e do Tacaruna, respectivamente Caiçara e Lula. O time é este: em pé, Caiçara, Cavani, Lula, Nicolau, Nenzinho e Gilberto; agachados, Zezinho Caixão, o paraguaio Benitez, Ivson, Jorginho e Paulinho (Foto: arquivo do Blog) |
NOVOS
CLUBES
Posteriormente surgiram
outros clubes que fizeram história no chamado Campeonato Suburbano, a mais
tarde segunda divisão estadual, hoje Série A. Alguns deles foram Agro, Água
Fria, Americano, Arruda Diversional, Asa Branca, Aurora, Bahia, Botafogo da
Estância, Cacique, Casa Forte, Caxangá, Centro Esportivo Pernambucano, Centro
Esportivo Regional, Centro Regional do Brum, Elmo, que o desportista José
Geraldo Mota carregava nas costas, Equador, Estudantes, Great Western, Locomoção, Luz e
Força, Moinho Recife, Mocidade, Modesto, Palmeira, Portela, Tacaruna. Este
pertencia a uma fábrica de estopas existente no bairro do mesmo nome, em prédio
ainda existente, nas proximidades do Shopping Tacaruna e do Centro de
Convenções. Locomoção e Portela eram sediados no centro antigo de Jaboatão dos
Guararapes. O primeiro reunia ferroviários, empregados da Great Western, e o segundo
congregava o pessoal da fábrica de papel Portela. Quanto ao Great Western, este
representava a empresa encarregada do transporte ferroviário no Estado, como um
todo.
Alguns jogadores saídos do
subúrbio para os times principais foram a quase eterna dupla de zaga do
Náutico, Caiçara (Íbis, quando ainda engatinhava) e Lula (Tacaruna), que se manteve estável nos Aflitos
durante nove anos; Djalma, atacante que fez furor no América, Sport e Porto de
Portugal, surgido no Caxangá; e Adelmo, goleador do Santa e do Sport, revelado pelo
Cacique do Zumbi.
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| Djalma saiu do Caxangá para aterrorizar os goleiros no futebol profissional (Foto: internet) |
O pessoal do Centro Esportivo
do Pina faz questão de alardear que o famoso Ademir, artilheiro da Copa do
Mundo de 1950, antes de aparecer no Sport, vestiu sua camisa. Ademir nasceu no bairro
do Pina, onde localiza-se o CEP.
CAMPEÕES E VICES DA SÉRIE A 2
O antigo Campeonato Suburbano, mais tarde denominado de Segunda Divisão,
só em 1977 passou a funcionar no novo formato, com acesso e decesso, tendo sido estes os campeões e
os vice-campeões até agora:
1977 Maguari (Bonito) / Ferroviário (Recife)
1978 a 1994 – não houve
1995 Sete de Setembro
(Garanhuns) / Centro Limoeirense (Limoeiro)
1996 Flamengo (Arcoverde) / !º de Maio (Petrolina)
1997 Ferroviário (Serra
Talhada) / Petrolândia (Petrolândia)
1998 Unibol (Recife) / Surubim
(Surubim)
1999 Central (Caruaru) / Íbis
(Recife)
2000 AGA (Garanhuns) / Centro
Limoeirense
2001 Petrolina / Intercontinental
(Recife)
2002 Itacuruba (Itacaruba) / 1º
de Maio
2003 Porto (Caruaru) / Serrano
(Serra Talhada)
2004 Ypiranga (Santa Cruz do
Capibaribe) / Vitória
(Vitória de Santo Antão)
2005 Estudantes (Timbaúba) /
Central
2006 Vera Cruz (Vitória de Santo
Antão) / Cabense (Cabo de Santo Agostinho)
2007 Salgueiro (Salgueiro) / Sete
de Setembro
2008 Vitória / Cabense
2009 Vera Cruz / Araripina
(Arroína)
2010 Petrolina / América
(Recife)
2011 Serra Talhada
(Serra Tallhada) / Belo Jardim
2012 Chã Grande (Chã
Grande) / Pesqueira (Pesqueira)
2013 Vitória / América
(Recife)
2014 Vera Cruz / Atlético
(Carpina)
2015 Belo Jardim / Vitória
2016 Flamengo (Arcoverde) / Afogados
(Afogados da Ingazeira)
2017 Pesqueira / Decisão
2018 Petrolina / Centro
Limoeirense
2019 Decisão / Retrô
(Camaragibe)
2020 Vera Cruz / Sete
de Setembro
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