O Brasil vencia por
A taça em disputa foi
ofertada pelo ministro das Relações Exteriores da Argentina, general Julio
Roca, muito bem relacionado com o nosso País. O objetivo da doação era
fortalecer a cordialidade esportiva entre as duas mais importantes nações da
América do Sul. Com isso, a competição recebeu o nome do doador da taça.
A partida estava marcada para Buenos Aires. Porém,
antes do jogo válido pela disputa da Copa Rocca, o Brasil realizou o seu
primeiro amistoso internacional contra a própria Argentina, uma semana antes,
sendo derrotado por 3 a 0. Mas o Brasil jogou desfalcado do atacante Rubens
Salles.
No dia 27 de setembro de 1914, a Seleção Brasileira entrava no campo do Gymnasia y Esgrima para disputar sua primeira partida oficial numa competição contra uma federação estrangeira. Os argentinos eram os favoritos, já que o país tinha uma seleção desde o início do século.
Porém, logo quando a partida começou, o favoritismo caiu por terra. Aos 13 minutos do primeiro tempo, ele, Rubens Salles, deu chute indefensável de fora da área, a bola subiu, pegou efeito e caiu. O goleiro Rithner nem viu por onde passou. O Brasil abria o placar, que ficaria inalterado até o apito final.
Assim, em seu 'primeiro ano de vida', a Seleção Brasileira conquistava o seu primeiro título internacional e logo em cima da equipe que, historicamente, se tornaria a grande rival.
Nesta partida também aconteceu um fato que entrou para a história dos confrontos entre Brasil e Argentina. Aos 21 minutos do segundo tempo, o atacante Roberto Leonardi, que era estudante de medicina, recebeu um lançamento de Izaguirre, dominou no peito, deu um sem-pulo e empatou a partida. O árbitro, que foi o brasileiro Alberto Borghert, validou o gol normalmente. Antes que os brasileiros dessem a saída, Leonardi se dirigiu ao árbitro, dizendo: “Não valide o gol, senhor Juiz, porque ajeitei a bola com a mão e não no peito”. Borghert apertou a mão do jogador argentino pela honesta atitude e ordenou a cobrança do tiro de meta.
Argentinos, vice-campeões (Foto: Futbol Porteño) |
Após a partida, o embaixador brasileiro em Buenos
Aires, Sérgio Dantas, fez o seguinte comentário: “O gesto foi tão sublime que o
gol deveria valer por dois”. Nos dias de hoje, não só por conta da rivalidade
dos dois países no futebol, seria impossível presenciar tal ato de honestidade.
No retorno dos campeões, o Cais do Porto, no Rio de Janeiro, tornou-se pequeno
para a grande quantidade de torcedores que foram recepcionar os craques da
seleção.
A Copa Roca foi disputada também em 10
oportunidades, sendo a última em 1976. Desde 2011, uma versão moderna do
torneio, agora renomeado de Superclássico das Américas, vem sendo disputado.
Juntando os dois nomes, o Brasil ganhou a Taça por 11 vezes e a Argentina 4.
RELEMBRANDO
BRASIL 1 X 0 ARGENTINA
Data: 27 de setembro
de 1914.
Competição: Copa Roca.
Local: Estádio do Club
Gimnasia y Esgrima, em Buenos Aires (Argentina).
Público: 17.200 pagantes.
Árbitro: Alberto
Borgerth (Brasil).
Gol: Rubens Salles aos
13.
BRASIL: Marcos de Mendonça (Fluminense), Píndaro (Flamengo) e Nery (Flamengo); Lagreca (São Bento-SP), Rubens Salles (Paulistano-SP) e Pernambuco (Fluminense); Millon (Paulistano-SP), Oswaldo Gomes (Fluminense), Friedenreich (Ypiranga-SP), Barthô (Fluminense-RJ) e Arnaldo (Paulistano-SP) - Comitê Técnico: Sylvio Lagreca e Rubens Salles (capitão).
ARGENTINA: Rithner (Porteño); Bernasconi (Estudientes de La Plata) e Lanús (Estudientes de La Plata); Naón (Gimnasia y Esgrima), Sande (Estudientes de La Plata) e Sayanes (Ferro Carril Oeste); Lamas (Estudientes de La Plata), Leonardi (Estudientes de La Plata), Piaggio (Atlanta), Izaguirre (Palermo) e Crespo (Tigres) - Técnico: Juan José Rithner (capitão).
(Dados da internet)
Comentários
Postar um comentário