Lenivaldo Aragão
O time do Hexa: Valter, Fernando Matias, Ivan Limeira, Gena, Jardel e Toinho; agachados:Miruca, Ramos, Nino, Ivan e Lala. Depois entraram Rato e Ede. (Foto: CNC) |
Nesta quarta-feira, 7/10/2020,
o dentista Ivan Brondi de Carvalho, paulista de Santa Cruz do Rio Pardo, que a
longa vivência entre nós, transformou num recifense dos mais autênticos, esteve
comemorando seus 79 anos de vida. Trata-se de Ivan, o valoroso capitão da
equipe do Náutico na vitoriosa campanha do hexacampeonato e noutras jornadas,
na maioria das vezes coroadas de sucesso; noutras ocasiões nem tanto, como
costuma acontecer no futebol.
Em rodas de amigos em que
estou presente, Ivan, que, como a turma de sua época me trata por Berascochea –
nome de um ex-jogador uruguaio que atuou no Brasil e depois virou técnico,
tendo dirigido o Central de Caruaru – lembra que fui o primeiro repórter com
quem travou conhecimento na sua chegada ao Recife.
Realmente, numa noite de
1963, estávamos no antigo Aeroporto dos Guararapes, eu o técnico Alfredo Gonzalez
e o centroavante China, que os jogadores apelidaram de Bode. Esperávamos um
jovem ex-juvenil do Palmeiras, a respeito do qual o treinador dizia maravilhas.
No Parque Antártica, o
argentino Gonzalez tinha muitas amizades por ter jogado e trabalhado no clube.
O garoto veio para desabrochar em Pernambuco e, naturalmente, voltar para o
Palmeiras. Ficou definitivamente.
Mesmo ainda sendo verde, trazia
a experiência de ter passado pela seleção olímpica, isso na Olimpíada de Roma,
em 1960.
Chegou aos Aflitos, como
meia armador, fazendo a ala esquerda com Rinaldo, pernambucano egresso do
Treze, de Campina Grande. Gonzalez resolveu inverter as posições e teve que lutar
para convencê-los a aceitar sua ideia. Disse a Rinaldo que o futebol brasileiro
estava carente de ponta esquerda e que, fatalmente, ele chegaria à Seleção. Acertou
em cheio. Ivan chegou a pensar a retornar a São Paulo. Todavia, aceitou as
ponderações do treinador, que conhecia de perto.
A grande equipe alvirrubra
estava nascendo, com Lula Monstrinho – substituiu o notável Waldemar – os irmãos
Bita e Nado, Nino, Lala, China, Salomão e outros que foram chegando.
RECORDISTA
Na primeira parte de o “Náutico-Retrospecto
de Todos os Jogos” – 1909 a 1969 – de Carlos Celso Cordeiro e Luciano Guedes
Cordeiro, o nome de Ivan aparece pela primeira vez numa escalação do Timbu, num
amistoso de portões abertos. Era o Primeiro de Maio de 1963. Tal jogo com
entrada grátis no Dia do Trabalhador fazia parte do calendário do futebol
pernambucano. O Governo e a indústria pagavam aos clubes. O estádio enchia.
Quando não era um clássico local, havia um time de fora enfrentando uma das
nossas principais equipes.
Em 1/5/1963 jogaram Náutico
e Santa Cruz, na Ilha do Retiro. Vitória tricolor por 3 x 2. Os gols dos alvirrubros
foram assinalados por China. Arbitragem do também iniciante Louralber Monteiro,
cearense, na época radicado no Recife. O time alvirrubro foi este: Waldemar; Paulinho, Zé Luís, Gilson e Evandro;
Salomão e Ivan; Nado, Bita, China e Rinaldo.
A história desse paulista pernambucano
é vasta e vitoriosa. Ele foi um dos seis jogadores que participaram dos seis
campeonatos do Hexa – os demais foram Lula Monstrinho, Clóvis e Lala.
Presente em 125 das 140
partidas do hexacampeonato, ele foi o que mais atuou em toda a campanha.
Fora de campo, Ivan foi um
dos iniciadores do que hoje é o Centro de Treinamento Wilson Campos.
Ultimamente teve uma experiência para um cargo para o qual não estava
preparado, que foi a presidência do clube. Era vice e substituiu o titular
Marcos Freitas.
A torcida o Clube Náutico
Capibaribe reconhece a importância de Ivan, uma pessoa humilde e de fino trato,
na caminhada do centenário clube dos Aflitos.
Comentários
Postar um comentário