ALÔ, ALÔ, SAUDADE - Paulo Moraes

GRANDES NARRADORES DO RÁDIO PERNAMBUCANO


 

Vicente Lemos (D), com Lenivaldo Aragão e Geraldo Freire (Foto: Blog Fernando Machado)

 

Estava ouvindo no sábado 17, um programa de debates na Rádio Gaúcha, que homenageava o ex-narrador de futebol Celestino Valenzuela, do Rio Grande do Sul, que morrera na véspera, aos 92 anos. Foi tomando ciência da história de um dos maiores e melhores comunicadores da bola, que veio a ideia de relembrar grandes nomes que empolgaram o rádio esportivo de Pernambuco. Começo falando do paraibano de João Pessoa, Vicente Lemos. Para mim, foi o melhor de todos.

   Melhor, sim. E não é por ter sido responsável pelo meu lançamento como repórter de rádio, que o elogio. Era mesmo um craque de mão cheia do microfone. Saudade da narração do grande Vicente Lemos. Era rápido e preciso na narração, dificilmente errava o autor do gol.

  Agora, sigo com outros nomes de grande valor dos anos 50 em diante. Na Rádio Clube, além de Vicente Lemos, tínhamos Antônio Menezes, bom de bola, também. No microfone, claro. Tempos depois, apareceu João Batista, o Diamante Negro. Como Menezes e Vicente, também paraibano. Batista foi descoberto pelo grande Ivan Lima. Ivan, embora ficasse meio perdido quando a bola chegava na área, foi também grande. Foi dono da maior audiência do rádio pernambucano nos anos 60.


Ivan Lima (Foto: Arquivo Coral)

 Lembro bem de um fato em 1967, quando ele falou: Paulo (eu mesmo, Paulo Moraes), quem está sobrando aqui à direita (das antigas cabines da Ilha do Retiro, ao lado das gerais) é o goleiro Raul, que diz "eu sou lindo, lindo de morrer". O estádio todo, veio abaixo no grito para enaltecer a atuação daquele momento do depois chamado de Gandulão de Ouro. Era noite de dezembro, jogo Náutico e Cruzeiro, pela Taça Brasil, hoje denominada Copa do Brasil. Enquanto os repórteres de outras emissoras corriam atrás de Dirceu Lopes e Tostão, Ivan testava sua audiência com a orientação para entrevistar Raul Plasman, o goleiro do Cruzeiro, que jogava na época com uma vistosa camisa amarela.

   Poucos, da geração de 1990 pra cá, sabem que o saudoso mestre Luís Cavalcante, que se transformou no comentarista da Palavra Abalizada, foi um hábil narrador. De voz pausada na narração e depois nos comentários, o baiano Cavalcante dava um show como narrador. Deu show, também como comentarista. Foi o melhor analista de futebol no rádio. 


Luís Cavalcante (Reprodução da Internet)


   Eram bons, também, o paulista Renato Silva, outro que foi galgado a comentarista; Walter Spencer, Fernando Ramos, Fernando Castelão, César Brasil. E mais recentemente, Adilson Couto. Não vamos esquecer de Roberto Queiroz. Roberto é nome artístico, no cartório, em Caruaru, está registrado Mariano em vez de Roberto. Dizem os mais velhos, que Célio Tavares, o Cléo, da Rádio Clube, era também muito bom. Não posso falar porque não acompanhei as transmissões dele. Meu irmão Lenivaldo, o dono desse Blog, pode comentar melhor sobre o trabalho de Cléo. Não vamos esquecer de Rubens Souza e Jaime Cisneiros. 

Fernando Castelão (Blog Anchieta Gueiros)
   

   Glórias aos craques do microfone do passado.

   Quanto aos narradores de hoje, deixo a tarefa de julgá-los para os ouvintes da atualidade.

 

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