NO MARACANÃ, OS CARIOCAS VÃO À FORRA
Depois da vitória em Juiz de Fora
contra Minas Gerais, representada pela seleção daquela cidade, a delegação da Cacareco
rumou para o Rio de Janeiro a fim de fazer o jogo da volta contra a equipe carioca.
Os companheiros de Almir Pernambuquinho mostravam-se respeitosos nas suas
entrevistas, em relação ao adversário, porém, sem esconder sua vontade de ir à
forra da derrota por 3 x 2 sofrida no Recife. Desta vez jogariam no Maracanã, o
templo do futebol brasileiro, e a situação seria diferente, pensavam.
Pernambucanos entram em campo puxados pelo capitão Zé Maria |
O Rio ainda era a capital do Brasil,
funcionando, portanto, como Distrito Federal. Tinha atuação autônoma em relação
ao Estado do Rio, onde se situava, como acontece hoje com Brasília, cidade
encravada no Estado de Goiás. Portanto, o Rio de Janeiro concentrava todo o
poder político do País, a partir da Presidência da República, na época
ocupada por Juscelino Kubitscheck, o idealizador de Brasília.
Entre os jornalistas havia muito
interesse pela presença dos pernambucanos na Cidade Maravilhosa, devido às
vitórias sobre a seleção local e a de São Paulo. Na realidade, Pernambuco
estava invicto havia cinco jogos no Campeonato Brasileiro, pois também tinha vencido
o Pará duas vezes e Minas Gerais, uma.
Pernambucano Nelson Rodrigues no Maracanã |
Na grande comunidade carioca de “paus
de arara”, como eram chamados os nordestinos, a presença da Seleção Cacareco
era vista com muito entusiasmo. Os irmãos jornalistas Nelson Rodrigues e Mário
Rodrigues Filho nas suas colunas n’O
Globo e no Jornal dos Sports faziam loas as conterrâneos.
Os cariocas estavam por conta com a
Cacareco, face à derrota no Recife, e aproveitaram o jogo no Maracanã para ir à
forra.
Em 7 de fevereiro de 1960, sob a
arbitragem do português Anísio Morgado, de Pernambuco, vitória do Rio por 3 x 1.
Ao encerrar-se o primeiro tempo o triunfo carioca já desenhava, com gols
assinalados por Sabará aos 17, e Dida aos 40 minutos.
Na segunda fase, Paulo chegou a diminuir
a desvantagem pernambucana, balançando a rede de Ubirajara aos 35. Porém, o
alagoano Dida marcou mais um para o Rio aos 40, definindo o placar. Dessa
forma, o Rio de Janeiro devolveu a Pernambuco a derrota que sofrera no Recife.
Rio de Janeiro: Ubirajara; Joel, Décio Esteves e Altair; Russo e Zózimo; Sabará,
Moacir, Henrique, Dida e Babá. Técnico: Tim.
Pernambuco: Waldemar, Zequinha, Edson e Givaldo; Zé Maria e Clóvis; Traçaia, Biu,
Paulo, Geraldo e Elias. Técnico: Gentil Cardoso.
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