O ex-médico do América de
Natal Maeterlinck Rêgo Mendes vem de
lançar um novo livro, agora sobre sua vivência de 50 anos no alvirrubro
potiguar. A notícia que ele me deu por telefone, fez-me reabrir o seu “Na Boca
do Túnel”, lançado em 1999 e extrair esta história intitulada “Bi Felinto dribla
Juca Show”. O personagem do caso é o volante Juca Show, que brilhou lá e cá, ou seja, no América potiguar e no
Náutico. Vejamos:
“Bi Felinto, um nome conhecido na sociedade norte-rio-grandense, tinha
amizade com os jogadores do América. Certa vez chegou no Estádio General
Everardo, campo de treinamento do clube, e encontrou o estacionamento repleto
de carros dos atletas. Dirigiu-se a Juca
Show e pediu o seu carro emprestado. Que era um SP2, com placa do Rio de
Janeiro. Isto era uma sexta-feira, e no sábado teríamos uma partida contra o
Baraúnas no Castelão, à noite.
Juca
cedeu o carro com um compromisso: teria que receber o mesmo com o tanque cheio,
pois à época, os postos, aos sábados, fechavam às 19 horas. E o homem Show teria se programado para ir a
Recife ainda naquela noite, com a finalidade de aproveitar a vida noturna da
Veneza Brasileira. Para isso me confidenciou que ia inventar uma contusão para
poder ser substituído e se mandar. Me disse ele:
– Doutor, vou rebentar com o
jogo no primeiro tempo e se o placar estiver favorável, o Senhor me libera.
Em pé, Miguel, Pedro Omar, Sidcley, Djalma Santos, Neneca e França; agachados,Dedeu, Juca Show, Jorge Mendonça, Vasconcelos e Lima |
O que fazer com um jogador frio
e calculista, como Juca Show?
Comuniquei o fato ao treinador Sebastião
Leônidas, que comungou com o meu pensamento, e fomos para o jogo. Término
do primeiro tempo, América 3 x 0 Baraúnas, com Juca sendo o maior jogador da partida e, inclusive, fazendo gol.
Foi
substituído e vai à procura de seu carro. Quando chega no portão 5, lá está a
chave na mão do rapaz encarregado do mesmo. Quando Juca liga a chave do carro para sair, nada de gasolina. Bi usou e abusou, e o combustível a
zero, para desespero do volante americano. Esperou que a partida terminasse
para tirar combustível dos outros automóveis e se picar para Recife.
Quando
retornou fez o seguinte comentário:
– Até hoje só uma pessoa
conseguiu me enrolar, foi o França,
lateral esquerdo que jogou comigo no Náutico, esse cheirava éter e não pagava a
ninguém.
Um timaço! Só está faltando Beliato; no lugar dele, o brilhante zagueiro Djalma Sales! Meus bons amigos!
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