Nos anos 60, o Central tinha uma
equipe respeitável, que sempre estava criando problemas para os grandes da
Capital. Era no tempo do goleiro
Dudinha, dos irmãos Edmilson – conhecido popularmente por Misso – e Vadinho, do
quarto-zagueiro Jucélio, etc.
O
Alvinegro chegou a desbancar o América da posição de eterno quarto colocado do futebol
pernambucano. Os jogos em Caruaru lotavam o naquele tempo acanhado Estádio
Pedro Victor de Albuquerque, hoje Luiz Lacerda.
Em determinada fase, a equipe
patativa tinha um ponta-direita veloz e arisco, que se constituía num
verdadeiro terror para os laterais-esquerdos que encontravam o Central em seu
caminho e tinham a incumbência de marcá-lo. Era Joãozinho, revelado pelo
futebol de Moreno. Corria como um raio e tinha muita facilidade para driblar.
No pique em que vinha, geralmente deixava o marcador desnorteado.
. Em pé, Edmilson, Dida, Fernando Silva, Jucélio, Zito e Pissica; agachados, Zé Luiz (massagista), Joãozinho, Esquerdinha,Toinho, Vadinho e Fernando Lima |
O Sport foi à Capital do Agreste
enfrentar o time centralino. Temendo as investidas de Joãozinho, quando os dois times
já estavam em campo, batendo bola, o lateral-esquerdo Hélmiton e o
quarto-zagueiro Dodô combinaram uma maneira de tentar barrar Joãozinho – o diminutivo
correspondia à altura do ponta.
–
Quando ele disparar, tu vais em cima e eu fico acompanhando. Se ele passar,
entro com tudo – disse Dodó a Hélmiton.
Nos
primeiros movimentos, com as jogadas pelo meio prevalecendo, Joãozinho não
tocou na bola. Logo o ponteirinho começou a ser acionado, para desespero da
dupla. Em algumas jogadas, Hélmiton até que teve sucesso; em outras, Joãozinho
levava a melhor, disparava rente à linha de fundo, fazia o cruzamento e criava
confusão na área rubro-negra.
Personagens da história, Dodó abre a fila em pé e Hélmiton fecha. Uma retificação: Leduar em vez de Laduá |
Lá
para as tantas, Joãozinho foi acionado, saiu correndo rente à linha lateral, e
Hélmiton partiu em seu encalço, procurando cercá-lo, mas nada feito. Passou
batido.
Foi
a vez de Dodó entrar com tudo, de acordo com que os dois haviam planejado.
Antes de sua chegada, Joãozinho deu um toque para frente e foi embora. No
embalo em que vinha, Dodó passou direto e foi atingir a canela do bandeirinha Ubiratan
Camilo, que corria rente à linha.
O
jogo ficou 10 minutos paralisado, enquanto Ubiratan era medicado. Mesmo
gemendo, o bandeirinha aceitou o pedido de desculpas de Dodó. Como diz o
ditado, o intrépido defensor do Sport atirou no que viu e matou o que não viu.
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