Pimenta e seu boné


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LUCÍDIO JOSÉ DE OLIVEIRA


Adhemar Pimenta, assim mesmo, com dh, porque era assim que saía nos jornais da época, gostava de sair na foto. Nas três que acompanham a postagem, ele está presente. Era o treinador do time... Gostava também de um boné.
Na primeira foto, o boné está na mão, possivelmente na hora do Hino Nacional, executado na estreia do Brasil no Mundial da França. Jogo contra a Polônia, em Estrasburgo, junho de 1938.
Brasil no Mundial de 1938 (Arquivo Lucídio José de Oliveira)

Na derradeira foto, também a última cronologicamente, é de 1942 no Centenário de Montividéu. Jogo do Brasil contra o Chile, na primeira partida da Seleção, no Sul-Americano daquele ano.

SELEÇÃO PERNAMBUCANA
Entre um jogo e outro, quatro anos a separá-las. O que mais importa é a fotografia do meio. Ano de 1939. Rio de Janeiro, campo de General Severiano, do Botafogo. Perfilados na foto, os jogadores da Seleção Pernambucana. Jogo pelo Campeonato Brasileiro de Seleções, contra a do Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro
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Isso quer dizer o seguinte: Pernambuco estava querendo mostrar serviço.
Ninguém menos que Pimenta, o técnico do Brasil na Copa do Mundo de 38, tinha sido contratado para dirigir a seleção estadual! Era como se hoje, entre o mundial da Rússia e a Copa América jogada aqui, Pernambuco se apresentasse com Tite no comando técnico de sua seleção numa hipotética disputa nacional.

Com ajuda das publicações dos amigos Carlos Celso e Givanildo Alves, a identificação dos jogadores de nosso selecionado (era assim que o conjunto estadual era conhecido e saía no jornais nas disputas do Brasileiro, selecionado em vez de seleção).
Seleção pernambucana no Brasileiro de 1938 (Arquivo Lucídio José de Oliveira)


Vamos a ela, em que pese a foto não muito clara: em pé Natal (América), Omar (Sport), Furlan (Tramways), Vicente (Santa Cruz), Djalma (Náutico), Sidinho (Santa Cruz), Pelado (Santa Cruz), e Pimenta, o treinador; embaixo: Plínio (Sport), Bermudes (Náutico), Jango, Sidinho e Siduca (os três últimos, Santa Cruz).

Observem que, de acordo com o regulamento da competição, só era permitida a substituição de um único jogador em toda a partida, a do goleiro; assim, na foto, Vicente, reserva de Djalma, aparece ao lado do titular.
O jogo terminou 4x1 para os Cariocas. Tim, o Elba de Pádua Lima, da Seleção de 38 na França, vingava-se de Pimenta naquele dia. Foi ele o dono do jogo. Tinha sido ele preterido, barrado (jogou Perácio na meia-esquerda) por Pimenta na fatídica semifinal contra a Itália.
Seleção Brasileira no Uruguai em 1942 (Arquivo  Lucídio Joé de Oliveira)



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