Alô, Alô, Saudade


PAULO MORAES


Vice da Taça Brasil foi o maior feito do Náutico


Começo minha coluna com uma mensagem que mandei para o médico e escritor alvirrubro Roberto Vieira, amigo e de quem sou fã.

"Roberto, mandaram seu texto sobre o título do Náutico no Brasileiro da Série C. Foi bonito levantar a taça, mas pra mim, o maior feito alvirrubro foi o vice da Taça Brasil de 1967." Escrito de craque e de paixão. Vamos recordar 1967. Acredito que, como eu, torcedores da velha guarda haverão de concordar que aquele vice foi memorável, valeu como a conquista do campeonato.

Ali contra o Palmeiras de Perez; Geraldo Scalera, Baldocci. Minuca e Ferrari; Dudu e Zequinha; César Doido, Tupãzinho, o fora de série e fantástico Ademir da Guia e Lula, o Náutico de Valter Serafim (Lula Monstrinho estava machucado); Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Rafael (Salomão, o mestre Salomão estava sem contrato) e o grande Ivan Brondi, craque histórico, nascido em Santa Cruz do Rio Pardo, SP, que virou pernambucano (ainda mora aqui, hoje, em Olinda); Miruca, Ladeira, Nino e Lala, foi valente num campo com mais água do que grama. O time do Náutico era fabuloso e bota fabuloso nisso. Se não chove tanto naquele dia 29 de dezembro, talvez, talvez...

Náutico na Taça Brasil 1967. Em pé, Gena, Mauro, Fraga, Clóvis, Lala e Lula; agachados, Miruca, Aluísio, Bita, Ivan e Nino (blogspot.com)


A final teve vitória palmeirense, por dois a zero, gols de César e Ademir da Guia. Como repórter do Jornal do Commercio, eu estava lá no velho, saudoso e amado Estádio do Maracanã, das gerais e da arquibancada sem cadeiras.

O vice-campeonato foi comemorado por jogadores, dirigentes, jornalistas, no Bar Amarelinho, na Cinelândia, centro do Rio. Que festa, todos felizes acompanhados de rodadas e mais rodadas de chope. Nos outros dois jogos, o Náutico perdeu do Palmeiras, no Recife (Ilha do Retiro), por três a um e ganhou em São Paulo (Pacaembu), por dois a um. 

O paraguaio Perez, depois, defendeu o Sport e morou por muitos anos no Recife, voltando em seguida para Assunção, capital do Paraguai. O jornalista Diego Pérez, hoje secretário de Esportes do Estado de Pernambuco, é filho dele. 

Outras particularidades daquela decisão: no time do Palmeiras jogavam três pernambucanos: o volante Zequinha, o zagueiro Minuca, seu cunhado, e o ponta-esquerda Lula, filho da cidade de Arcoverde, que abre o Sertão pernambucano. Zequinha foi bicampeão do mundo, em 1962, no Chile. Era reserva de Zito.

Palmeiras, campeão da Taça Brasil 1967. Em pé, Perez, Scalera, Baldochi, Minuca (PE) e Zequinha (PE); agachados, César, Servílio, Tupãzinho, Dudu e Lula (PE). (Wikipedia)


O retorno de Roberto Vieira: "abraço imenso e fraterno.1967”, foi fantástico!

Mas vale fazer festa por este título C de 2019, lembrando que o Santa Cruz foi campeão em 2013 diante do mesmo Sampaio Corrèa.

Que venham novas conquistas, não é Lenivaldo? não é Marcelo?  Podem comemorar!


Comentários

  1. Paulo Moraes, um verdadeiro arquivo vivo do futebol brasileiro! Vamos aproveitar!
    tiberio

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