O dono da Base
Conta
o cronista esportivo cearense Alberto Damasceno, no seu livro Presepadas no mundo da bola:
Em
68, o Calouros (do Ar) era uma parada. Foi até para o Nordestão e fez bonito. A
diretoria, presidida pelo então capitão Cláudio Coutinho, tinha todo o apoio da
Base Aérea, com praças e oficiais presentes aos treinamentos e jogos.
Num
dos jogos pelo Regional, o presidente Coutinho convenceu o comandante da Base a
comparecer ao PV. O homem foi, todo dentro dos trinques, como se dizia, viu a
vitória do Calouros sobre o Sport de Pernambuco por 2x0, e após o jogo
compareceu ao vestiário, acompanhado do presidente.
Araca
(o jogador Aracati) dá um abraço no homem, e como acabara de sair do banheiro,
deixa-o todo molhado, logo ele que estava ali à força, que não tinha lá essa
simpatia por futebol e principalmente por jogadores.
Mas,
o Araca abriu a porta do vestiário e chamou alto:
–
Zé, ô Zé, cadê tudo, home?
E
o cara chegou, o Aracati o puxou pelo braço e apresentou:
–
Zé, esse aqui é o bonzão lá da Base. Ele que manda em todo mundo. O home é o
dono da Base...
E
se dirigindo ao oficial:
–
Chefe, esse aqui é o Zé, meu irmão. Zé, dá um abraço no home.
–
Puxa, Araca, tu tem cartaz, hein? Conhece até o dono da Base.
E
o visitante não conseguiu escapar do segundo abraço.
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