Gol contra do goleiro alvirrubro Waldemar precedeu o de Valdir



O Brasil inteiro comentou o gol contra feito pelo goleiro Valdir, do Vasco, num jogo contra o Bangu, no Maracanã, há 50 anos, portanto, no ano de 1969. Certamente aquele nem foi o primeiro nem o último.

Aqui mesmo em Pernambuco já tinha havido um bem parecido. Foi marcado por Waldemar, um goleiro paulista, de pequena estatura, revelado pelo São Paulo, que defendeu o Náutico de 1958 a 1963. Perdeu a posição para o alagoano Lula Monstrinho. Todavia, não saiu dos Aflitos por causa do tal gol, mas por ter conduzido em seu carro o lateral Gena, então juvenil, para o Aeroporto dos Guararapes/Gilberto Freyre. Quando os dirigentes alvirrubros se deram conta, Gena já estava treinando em General Severiano, o reduto do Botafogo de Futebol e Regatas.



Na realidade, quem arrumou tudo foi o lateral-esquerdo Rildo, um pernambucano que jogava no Glorioso, nascido no bairro de Santo Amaro, como Gena. Waldemar jurava que não teve participação nenhuma na fuga do juvenil. Apenas quebrou um galho, levando-o ao aeroporto.

Gena terminou voltando para o Náutico porque tinha contrato de gaveta, uma prática comum na época. Era a maneira de prender o atleta. Era só registrar o documento na federação e o jogador estava impedido de atuar por outro clube.

Waldemar foi ainda do Santa Cruz, Treze e Central. Em 1967, a Patativa tinha, entre outras, esta formação: Waldemar, Biu, Fernando Silva, Jucélio e Da Cunha; Zito e Vadinho; Lelé, Valter, Toinho e Fernando Lima.

Waldemar ficou famoso ao assinalar um gol contra, num jogo entre Náutico e América, nos Aflitos (1 x 1). Ao tentar fazer o giro para devolver a bola com a mão, após realizar uma defesa, o goleiro perdeu o domínio do corpo e não conseguiu evitar que a pelota caísse dentro da própria rede: 1 x 0 para o América.

Foi um momento amargo para Waldemar, que logo levantou a cabeça e tratou de jogar.

Depois de muita luta, o Náutico empatou, com um gol do baiano Valter Vieira. Foi em 10 de agosto de 1958, nos Aflitos. O time do Náutico era Waldemar, Caiçara, Lula, Zequinha e Givaldo; Miguel e Gamba; Valter Vieira, Geraldo, Edmur e Elias.

Naquele tempo, o assédio da mídia não era tão avassalador, como hoje, quando há os mais variados órgãos de informação, e o baixinho Waldemar Chiarelli deu, galhardamente, a volta por cima, como aconteceria com Valdir Appel, alguns anos depois.

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