O grande ídolo Gena agora é apenas saudade


A presença de dona Maria José, a conhecida torcedora do Sport, devidamente paramentada,
no Cemitério de Santo Amaro, na tarde desta terça-feira (13), despertava atenção. Realizava-se o velório de Gena, ex-lateral direito do Náutico e do Santa Cruz. A conhecida leonina simbolizava o respeito devotado ao ex-craque por todas as torcidas do futebol pernambucano.

Gena não defendeu o Leão. Ao contrário, foi seu algoz em várias edições do Campeonato Pernambucano, ora defendendo o Náutico, ora, vestindo a camisa do Santa Cruz. Porém, a rivalidade não transformou-se em inimizade, mas em admiração, principalmente diante da lealdade com que ele, um dos poucos premiados com o Troféu Belfort Duarte (10 anos ou 200 jogos seguidos sem uma punição)  combatia quem entrasse na sua área de ação.


O amigo Lourival ajudou  a levar o caixão de Gena para a sepultura (Foto Genival Paparazzo/Cortesia)



MUITA GENTE

Companheiros seus no Náutico, de time ou de convivência, como Ivan, Pedrinho (volante), e Lourival, ou no Santa Cruz – Pedrinho (lateral), Luciano, Pedrinho (goleiro), Zito, Ramon, Rubens Salim e Luiz Neto, ou adversários, como os rubro-negros Adilson, Gilson e Dema compareceram para dar o último adeus ao lateral que tanto enobreceu a prática do futebol. Torcedores ilustres do Náutico, como o compositor J. Michilles também estavam lá. Ou o comunicador Geraldo Freire, que no início da carreira atuou como cronista esportivo.

 Foi um dos enterros de jogador em que vi o maior número de pessoas, concorrendo com o de Carlos Alberto Barbosa (Santa Cruz e Sport, em 8/3/1982). O de Bita (Náutico e Santa Cruz, em 27/10/1992) não vi. Só sei que o de Gena tinha muita gente – disse o jornalista Paulo Moraes.

Muitas coroas de flores estavam espalhadas em torno do caixão, e o ex-goleiro Pedrinho, do Santa Cruz, chamava a atenção para duas. Uma trazia uma mensagem dos Craques Eternos, organização que reúne ex-jogadores, e outra demonstrava o sentimento dos companheiros de Gena no Santa Cruz. Depois de ter participado da conquista do Campeonato Pernambucano pelo Náutico, em 1964/65/66/67/68, contribuindo brilhantemente para a conquista do hexacampeonato, Genival Costa de Barros Lima participou das campanha tricolor na época do pentacampeonato, em 1970/71/72.

O ataúde estava emoldurado pelas bandeiras do Náutico e de Pernambuco. E a do Santa Cruz? Um ex-dirigente que compareceu ao enterro, disse  ter ouvido de João Caixero a notícia de que o clube havia providenciado o envio de seu pavilhão. Só que não chegara.


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