Em 1982, o Sport precisava derrotar o
Central, no Arruda, para conquistar o terceiro turno e, consequentemente, mais
um tricampeonato. Com afinco, o Leão procurava o gol, mas o Central se defendia
competentemente. O hábil ponta-esquerda Joãozinho fez uma jogada espetacular,
levantando a torcida leonina, que se preparou para comemorar o gol.
|
Joãozinho queria sair de campo por conta própria
|
O sergipano partiu do meio do campo, na
velocidade que lhe era peculiar, saiu driblando uns e outros, passou pelo
goleiro Jorge Hipólito, finalizou confiantemente, mas a bola bateu na trave.
Chateado com o desfecho do lance, resolveu sair do jogo por livre e espontânea
vontade. Quando tirava a camisa para se meter de túnel a dentro, foi contido
pelos companheiros e voltou a campo, sem saber onde escondesse a cara. Seu
conterrâneo Ailton salvou a pátria ao garantir a festa rubro-negra, marcando,
de cabeça.
O PIQUE DE LIVINHO
Em 1959, Livinho, atacante egresso do Vasco da
Gama, contratado pelo Sport, participava de um amistoso contra o Vitória da
Bahia. A certa altura fez um gol olímpico e, para espanto geral, enquanto
recebia os aplausos da galera, pegou o caminho do vestiário.
Foi fácil porque o jogo era na Ilha e tudo
aconteceu do lado do placar, justamente onde ficam os vestiários. O técnico
Dante Bianchi não gostou nem um pouco da atitude do jogador, que nunca mais
vestiu a camisa leonina, tendo ido baixar noutro terreiro.
O ESTRANHO APELO DE SARARÁ
Com o volante Sarará, também do Sport, tinha
acontecido um fato mais inusitado ainda, isso em 1962. Jogo contra o
Central na Ilha do Retiro. Partida chegando ao fim, vitória rubro-negra
assegurada. O Sport, comandado pelo célebre Palmeira, dando mais um passo para
sagrar-se bicampeão.
Sarará, que tinha vindo do São Paulo, malandro
de carteirinha, aproveitou o momento em que um adversário chocou-se com ele e
caiu, para fazer um estranho pedido ao árbitro Evandro Ferreira.
– Seu juiz, me expulse – disse o jogador,
deixando espantado o velho Panam, como Evandro era conhecido na intimidade.
- Não estou lhe entendendo, você não fez nada
para ser expulso. Eu não vou expulsar não – respondeu o juiz.
Sarará insistiu, queria ser mandado para o
chuveiro de qualquer maneira. Não podia pedir ao técnico para ser substituído
porque não havia substituição. Eram os onze que entravam e só. Expulsa não
expulsa, o público ficou acompanhando de longe, somente pela gesticulação, o
diálogo de Sarará com Evandro, sem saber o que estavam dizendo.
Subitamente, Sarará saiu correndo rumo à boca
do túnel, apontando para o árbitro, dando a entender que havia sido expulso.
Logo começou uma estrepitosa vaia dirigida ao juiz, que teve muito trabalho
para convencer a galera de explicar que não tinha expulsado ninguém e que a
iniciativa de sair do campo partira do jogador.
Depois que as coisas se acalmaram, decifrou-se
a charada. Sarará havia se empanturrado num sarapatel, comida à qual não estava
habituado, teve um tremendo desarranjo intestinal e criou toda aquela confusão
com o inocente Panam porque precisava ir ao banheiro.
Comentários
Postar um comentário