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Márcio Borba, ex-presidente do clube e secretário do Conselho (Reprodução NauticoNET)
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SAF, como está, não passa pelo
crivo dos conselheiros
Reproduzimos matéria publicada
nesta quinta-feira, 20 de março, pelo DIARIO DE PERNAMBUCO:
O Náutico vive forte
expectativa na possibilidade de se tornar Sociedade Anônima de Futebol (SAF)
com a proposta vinculante enviada no dia 28 de fevereiro pelo Consórcio Timbu,
grupo interessado na compra. Proposta foi apresentada ao Conselho Deliberativo
alvirrubro no último dia 11 de março e agora vive prazo de questionamentos
pelos conselheiros, e posteriormente, respostas e esclarecimentos dos
investidores.
Em entrevista ao DP
Esportes, o 1º secretário de mesa diretora do Conselho Deliberativo do
Náutico, Márcio Borba, disse que proposta apresentada pelo Consórcio Timbu “se
mostrou insuficiente” e elencou as principais falhas presentes no documento.
Confira esclarecimentos:
PASSO A PASSO NO PROCESSO DA
PROPOSTA VINCULANTE
“No dia 11 de março, houve uma
apresentação dos investidores do que eles quiseram apresentar, e ao lado de um
debate e alguns esclarecimentos. Feito isso, definimos que daríamos 15 dias
para os conselheiros apresentarem suas sugestões, e o Conselho abriu quatro
dias para os conselheiros lerem a proposta no Conselho Deliberativo, já que
ainda estamos sobre cláusula de confidencialidade. Se o contrato não tivesse
essa cláusula, o Conselho tinha publicado no seu site no dia 28 de fevereiro
mesmo (dia que a proposta foi enviada)”.
“Logo em seguida, vamos reunir
todas as sugestões dos conselheiros, aliado ao relatório da comissão de
projetos estruturantes, mais o documento que o presidente do Conselho leu na
reunião, com 10 questionamentos à SAF e mais três questionamentos que eu fiz.
Vamos condensar tudo isso e mandar para os investidores”.
OPINIÃO DO CONSELHO SOBRE A PROPOSTA
DE SAF
PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA
CONSIDERADOS “FALHOS” PELO CONSELHO DELIBERATIVO
“Eu entro com 100% do
patrimônio, todo o patrimônio vai para a SAF, e eu tenho 10%? E eles ficam com
90%? Não me parece equilibrado. Na equivalência de geração de recurso, o
orçamento deste ano do Executivo é em torno de R$ 23 milhões, se eu tomar esse
ano como referência e multiplicar por 10, eu vou sozinho performar R$ 230
milhões em 10 anos. O Náutico está na projeção de recursos contribuindo com 230
e os investidores com 170, é obrigação deles fazer o complemento. Representa
que eu tenho 57,5 % do fluxo de caixa futuro, eles têm 42,5 %, e eu fico com
10% e eles com 90%? Somando patrimônio com geração de caixa, eu aportei 79%
desses dois ativos e os investidores aportaram 21%, eu divido 10% para mim e
90% para eles, eu vou doar essa diferença”.
- DÍVIDA TRIBUTÁRIA
“Não ficou claro de que forma
os investidores vão pagar ou assumir as dívidas tributárias do clube. As
dívidas tributárias não podem ser assumidas por outros, se a SAF não pagar, ela
volta para o Náutico, cheia e sem descontos. Nós estamos perguntando aos
investidores como eles vão fazer esse processo de assunção de dívidas”.
- FORMAÇÃO DA SAF
“Quem vai ser sócio da SAF?
Porque na proposta vinculante não tinha o nome de ninguém, só Fransergio
assinando, que no nosso entendimento é um dos gestores do futebol e não tem
nenhum compromisso com investimento. Na proposta não tem o nome de nenhuma empresa
que foi apresentada na reunião do Conselho. Estamos questionando os
investidores para saber quando as empresas vão mandar um documento afirmando
que estão dentro do Consórcio Timbu. Só assinada por Fransergio, nosso
entendimento é que não tem consistência”.
“Eles fizeram uma série de
promessas de investimentos, por exemplo, estádio dos Aflitos: R$ 350 milhões.
Na própria cláusula, eles dizem que não têm dinheiro, vão captar de outros
investidores. Eu também gostaria de gastar esse dinheiro, mas de onde vem o
fundo, quem é que está garantindo a captação de R$ 350 milhões para os Aflitos?
Isso ficou em aberto”.
“A questão dos R$ 400 milhões,
é só do futebol? Não. Existe o comprometimento que esse valor atenda outras
rubricas de investimento e custeio, não só no futebol. Dos 400 milhões, 230 é
com o nosso dinheiro (Náutico), que será gerado por 10 anos. Se nós estamos
comparecendo com R$ 23 milhões por ano, eles estão dizendo que vão aportar R$
17 milhões a cada ano, incluindo os investimentos previstos na proposta”.
“Os R$ 10 milhões que eles
dizem que vão aportar de imediato, é empréstimo e não aporte. Ele pode vir a
virar aporte dentro daqueles R$ 400 milhões, se não, nós vamos ter que devolver
e para isso, eles pedem garantia real do Náutico. Certamente não é de interesse
de o Náutico fazer algo dessa magnitude para tomar 10 milhões emprestados”.
TRANSMISÃO DA REUNIÃO NO CONSELHO
DELIBERATIVO
“Muita gente cobra que o Conselho
deveria abrir a proposta, deveria transmitir a reunião. Quem mais reclama, é
quem menos conhece. A proposta tem a cláusula de confidencialidade que proíbe o
Conselho de divulgar a proposta”.
PREVISÃO PARA A VOTAÇÃO DA
APROVAÇÃO DA SAF NO CONSELHO
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