NOVO LIVRO

 

 

A vida do lateral e treinador Caiçara contada por um dos filhos

 

Lenivaldo Aragão

 

Mais um livro esportivo chega-me às mãos. O assunto é muito pernambucano, mas a cria é carioca. O título é “Francisco Caiçara-Futebol / Fortaleza /Família”. Refere-se ao antigo lateral-direito do Clube Náutico Capibaribe, que ao lado do central Lula formou uma das mais célebres zagas do futebol de Pernambuco. Durante quase 10 anos estiveram juntos no time dos Aflitos e na Seleção Pernambucana, no extinto Campeonato Brasileiro de Seleções. A corrente só se quebrou porque Caiçara foi jogar em Portugal, retornando depois de muito tempo, agora como treinador.

A indissolubilidade da dupla era tamanha, que houve um tempo em que na concentração do Santa Cruz a sobremesa quase não mudava. Era só banana com goiabada. Com o tempo, os jogadores passaram a chamá-la de “Caiçara e Lula”.

A obra vinha sendo trabalhada há anos por Luiz Vidal de Negreiros Gomes, um dos filhos de Caiçara, professor universitário aposentado, residindo no Rio de Janeiro, embora não tenha perdido o vínculo com o Recife, onde nasceu.

Deu trabalho. Depois que Caiçara se foi, Luiz foi juntando os velhos alfarrábios deixados por Caíça, como chamavam-no familiares e amigos, e resolveu produzir o livro, contando a sua trajetória. Luiz viu o pai jogar mais em Portugal do que aqui, embora a família tenha morado um bom tempo numa rua contígua ao estádio dos Aflitos. Era muito criança, quando Caiçara  defendia o Timbu.

Tive o prazer de colaborar, da maneira que pude para que o trabalho caminhasse. Outros que conheceram Caiçara, como os médicos escritores Lucídio José de Oliveira e Carlos Henrique Menezes, bem como o saudoso Carlos Celso Cordeiro, o grande pesquisador que partiu mais cedo, também deram sua contribuição, bem como Luciano, filho de Carlos Celso.  

Não há objetivo comercial, é bom que se diga. Trata-se de uma edição limitada, só para distribuição entre familiares e amigos bem íntimos daqui e d’além mar. Outros filhos de Caiçara, e netos também ajudaram, bem, enquanto esteve neste mundo, Carminha, a dedicada esposa de Caiçara, que não me permitia usar o respeitoso tratamento de dona Carminha, quando a ela me dirigia.

A qualquer momento, o filho do sempre ídolo alvirrubro Francisco Barbosa Gomes, Caiçara, ainda hoje lembrado pelos torcedores mais antigos, visitará a sede do Náutico para doar o livro à Diretoria Executiva e ao Conselho Deliberativo para que a memória do terror dos goleiros, quando batia faltas ou cobrava pênaltis, seja preservada no clube que defendeu com tanta dedicação.