Estádio do Sete de Setembro ainda fora de rota (Reprodução) |
A ROTATIVIDADE DOS TIMES QUE
NÃO POSSUEM ESTÁDIO
Uma curiosidade no futebol pernambucano é a rotatividade de muitos times que não têm estádios e participam de competições oficiais. Atuam, ora numa, ora noutra cidade. Lembram o caracol de antiga marchinha carioca: “... Morava um dia aqui / E outro acolá / Leblon, Copacabana, Madureira, Irajá”. O resultado é bola rolando e arquibancada vazia porque o pessoal do lugar nada tem a ver com os times que estão em ação. Quem sabe se não se poderia fazer esses jogos de portões abertos, fazendo algumas exigências para a entrada dos torcedores?
No mês passado, em me
encontrando num domingo em Caruaru, dei uma chegada no Antônio Inácio de Souza (sobre
o antigo campo da Rua Preta tenho matéria neste Facebook e no Blog de Lenivaldo
Aragão.) Nas calçadas da frente e do lado não havia qualquer indício de que
no gramado se enfrentavama a Cabense,
de Cabo de Santo Agostinho, e o Jaguar, de Jaboatão dos Guararapes, ambos
perseguindo o acesso à Série A 1. Para entrar, tive que dar alguns gritos, juntamente
com Marcos Lima, o popular Mochila, que já se encontrava lá dentro, para que
aparecesse alguém que pudesse abrir o portão.
Sábado agora (21), muitos
conterrâneos meus, que foram à nossa Santa Cruz do Capibaribe para a
tradicional “Noite dos Filhos Ausentes”, estranharam a realização de uma
partida no Estádio Otávio Limeira Alves sem a participação do nosso querido Ypiranga.
É que o Sete de Setembro, de Garanhuns, que enfrentava o Caruaru City,
programou para a Terra das Confecções e das Gameleiras, os jogos pelo
Campeonato Pernambucano da Série A 3, no qual o mando lhe pertencer. Vale salientar
que o Sete tem um belo estádio, que está sendo reformado.
No Pernambucano Feminino, o
Íbis sentou praça no Murado, em Igarassu, embora já tenha utilizado o CT Ninho
das Cobras, do Santa Cruz.
O Jaguar está jogando em
Camela, município de Ipojuca. E por aí vai.
Na Copa Pernambuco Sub-20 há
um caso interessante. Pela quarta rodada, o Íbis receberá o Sete de Setembro,
no Murado, que sedia também a equipe garanhuense. Assim, ambos estarão em “casa”.
Porém, na rodada seguinte, o alviverde da Suíça Pernambucana será visitado pelo
Retrô, mas no campo de Upatininga, município de Aliança.
Um exemplo dessa situação vem
do tempo em que o América fazia parte do “grupo dos grandes” e, juntamente com
o Santa Cruz, não tinha estádio. A situação em relação ao Campeão do Centenário
permanece.
O Estadual ainda não tinha times do Interior, o que passou a acontecer em
1961, com a entrada do Central. Só existiam no Recife, os estádios dos Aflitos
e da Ilha do Retiro.
O Santa Cruz contava com o
Alçapão do Arruda, onde treinava e realizava amistosos. Suas chamadas de jogos seriam
para um ou para outro estádios dos concorrentes, a depender das vantagens que
lhe oferecessem.
Era também o caso do Mequinha.
Levando seus jogos para lá ou para cá, tinha o direito de realizar ali seus
treinos durante todo o ano, além de mais alguma “oia”.
Se o Santa Cruz, ou América,
levasse seus jogos para a Ilha, por exemplo, e fosse enfrentar o Sport, usava
obrigatoriamente seu direito de mando para levar o encontro para os Aflitos. Se
chamasse as partidas para o campo do Timbu, puxaria seu Clássico dos Clássicos
para a Ilha. Essa inversão era lógica e consensual.
A Arena de Pernambuco tem
quebrado o galho de vários clubes que não possuem sua praça esportiva, o
principal deles, o Retrô. No entanto, muitos chiam com as despesas.
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