NO PÉ DA CONVERSA-Lenivaldo Aragão

 

Reprodução O Globo


     MARTA, GARRINCHA E ESTEBAM NARIÑO 2) PERNAMBUCO IMORTAL 3) O CAMPO DA RUA PRETA 4) QUEREM SUBIR 5) DEMAIS COLOCADOS 6) ESTÁDIOS VAZIOS 7) PAGODE ALVIRRUBRO 8) BRASIL X EUA EM DOSE DUPLA

 



MARTA, GARRINCHA E ESTEBAM NARIÑO – Nada de comparações no estilo futebolístico. Estou abordando a expulsão de Garrincha na semifinal da Copa de 1962, Brasil 4 x 2 Chile – Garrincha (2) e Vavá (2), e a de Marta agora na Olimpíada, contra a Espanha, mas na fase de grupos. Desfalcou o Brasil nas quartas de final contra a França e na semifinal diante da Espanha. Suspensa por duas partidas, provocou muito auê na  CBF, que tentou reduzir a pena para apenas um jogo e não conseguiu. Porém, Marta está pronta para defender a equipe verde e amarela na grande final contra os Estados Unidos.

No Chile, em 1962, quando foi eleito o melhor jogador da Copa, ao ser expulso na semifinal, Garrincha corria sério risco de não enfrentar a Checoslováquia na final. Ninguém, imprensa internacional, torcedores, queria vê-lo fora da grande decisão. Criou-se um clamor geral. Não havia suspensão automática, e o Anjo das Pernas Tortas seria julgado pelo Tribunal Especial da Copa. O uruguaio Esteban Mariño (apitou os três jogos do Supercampeonato Pernambucano de 1957, cedido pela Federação Paulista, pela qual era contratado) teria que dar um depoimento, já que tinha sido um dos bandeirinhas no jogo da expulsão. Mas cadê Esteban?

Conta a Wikipedia: “O juiz da partida, o peruano Arturo Yamasaki, não relatou na súmula o motivo da expulsão. Ele não havia visto uma agressão de Garrincha no lance. Antes de expulsar o ponta, ele consultou o bandeirinha Esteban Mariño, que havia acompanhado de perto a jogada e chamara a atenção do árbitro?

Por conta de não constar na súmula (o bandeirinha uruguaio deixou apenas uma declaração escrita, afirmando que a infração foi um simples revide em típico lance de jogo), a Fifa, após pressões do Brasil, inclusive do então primeiro-ministro Tancredo Neves, incentivado pelo presidente João Goulart, e até pelo presidente chileno, Jorge Alessandri, que enviou pessoalmente uma carta à comissão disciplinar da Fifa pedindo que não se deixasse de fora o “jogador de futebol tão alegre”, deu a Garrincha apenas uma advertência do Tribunal da Fifa.”[6]

Naquele tempo, não havia suspensão automática. Quando um jogador era expulso, realizava-se um julgamento para determinar a punição a ser aplicada ao atleta indisciplinado. Quanto ao bandeirinha Esteban Mariño, este saiu de cena. Dizem que correu dinheiro grosso, e o uruguaio sumiu, para onde, ninguém sabe, ninguém viu. Seu regresso ao Uruguai foi antecipado. Com isso, o julgamento de Mané Garrincha entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato. Ele ajudou o Brasil a derrotar os checos por 3 x 1 (Zito, Amarildo e Vavá) e o Brasil festejou o bicampeonato.

PERNAMBUCO IMORTAL – Na transmissão dos eventos da Olimpíada, a televisão vez por outra focaliza nas mãos de um torcedor a bandeira de algum clube brasileiro, geralmente do Centro-Sul. Em se tratando de bandeira de algum Estado do nosso País, só se vê a de Pernambuco, principalmente em jogos do voleibol feminino. Isso demonstra o orgulho e o carinho que o povo da Terra dos Altos Coqueiros tem por sua bandeira.



O CAMPO DA RUA PRETA – Fazia muitos anos que eu não botava os pés no Estádio Antônio Inácio de Souza. Falo do antigo campo da Rua Preta, do extinto Vera Cruz de Caruaru, o clube do Curtume Souza Irmãos, de camisas nas cores preto, vermelho e branco, como o Santa Cruz. Com o tempo, a rua virou bairro, e o estádio passou para as mãos da Liga Desportiva Caruaruense, a LDC.  Assisti, sábado  passado (3), aos minutos finais do jogo em que o mandante Vera Cruz, de Vitória de Santo Antão, foi derrotado pelo Jaguar, de Jaboatão dos Guararapes, por 1 x 0. Revi o amigo Joaquim Barreto, ex-diretor do Náutico e fundador do Jaguar, seu filho Zeca, presidente jaguarino, e o jornalista Marcos Lima, o popular Mochila, que, a exemplo do repórter fotográfico Genival Fernandes, o conhecido Paparazzi, está em toda parte.

QUEREM SUBIR – O jogo em Caruaru valia pela Série A 2 pernambucana, cujos campeão e vice terão acesso à Série A 1 de 2025. Faltando três rodadas para o término da primeira fase, o Vitória (18 pontos) lidera, seguido pelo Decisão, de Sertânia (14). Ipojuca (12) e Cabense (10) estão no encalço dos líderes. Os dois primeiros desta etapa classificam-se direto para as semifinais, porém, os dois outros semifinalistas sairão de um quadrangular envolvendo os colocados do 3º ao 6º lugar.

DEMAIS COLOCADOS – 5º) Jaguar, 8; 6º) Ibis, 5; 7º) Vera Cruz, 5; 8º) Ypiranga, 5; 9º) Centro Limoeirense, 5; 10º) Atlético Pernambucano, 0.

ESTÁDIOS VAZIOS – Alguns clubes da A 2, semiamadores, precisam de incentivo, como a facilitação da entrada dos torcedores. Pelo que sei, nenhum tem o potencial de um Retrô, capaz de bancar a presença de seus adeptos nos jogos. Atuar em estádios entregues às moscas não é nada estimulante. E não ajuda a formar novas gerações de simpatizantes.

PAGODE ALVIRRUBRO – O Náutico faz lembrar o Pagode Russo, de Luiz Gonzaga: “Parecia até o frevo naquele vai e não vai...” Quando sua torcida espera que o time decole na dramática luta para figurar entre os oito da segunda fase, na Série C, o velho Timbu, cansado de guerra, farrapa. E desestimula a galera. Tanto que antes do jogo contra o CSA, saiu a notícia de que o bar da sede dos Aflitos não funcionaria. Certamente, o tarimbado Americano, o dono do estabelecimento, não acreditava que houvesse gente interessada em ver a partida pelo telão.



BRASIL X EUA EM DOSE DUPLA – A Olimpíada terá dois encontros emocionantes reunindo Brasil e Estados Unidos, ambos femininos. No voleibol de quadra, as brasileiras se credenciaram para encarar as norte-americanas numa das semifinais ao derrotar a República Dominicana por 3 x 0 (25-22, 25-12 e 25-17). No futebol, após a sensacional vitória por 4 x 2 sobre a Espanha, atual campeã, as canarinhas disputarão o título e, automaticamente, a medalha de ouro, contra as representantes do país de Tio San. Pelo menos a prata já está garantida.  


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