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Nas águas do Capibaribe surgiu um clube destinado a
crescer
LENIVALDO ARAGÃO
Neste domingo, 07 de abril de 2024, o Clube Náutico Capibaribe comemora o 123º
aniversário de sua fundação, no ano de 1901. O Alvirrubro surgiu vocacionado
para o remo, prática esportiva que atraía a juventude da época. Nas águas do
Rio Capibaribe, que corta o Recife, espalhando seus braços por vários lados da
cidade, sempre havia rapazes exercitando-se no que já foi chamado o esporte da palamenta.
Remava-se, ora em competição, ora como simples
diversão ou atividade física. Comumente, grupos de rapazes alugavam barcos e
saíam rio acima, dando suas remadas, indo às vezes, até o bairro de Apipucos,
uma zona residencial ou de veraneio, para recifenses abastados.
O relato mais autêntico sobre a fase que antecedeu
o aparecimento do Náutico foi feito por um daqueles jovens, Hermann Ledebour:
“Em
1897, um grupo de rapazes amantes do remo, tendo à frente João Victor da Cruz
Alfarra, costumava alugar embarcações na antiga Lingueta, de onde partiam em
direção à Casa dos Banhos (situada nos arrecifes
diante do porto), Ilha do
Pina e algumas vezes, rio acima até Poço da Panela, Apipucos etc.
Uma
regata havia sido marcada para o dia 21 de novembro daquele ano. Fazia parte
dos festejos para recepcionar as tropas legalistas que acabavam de voltar
vitoriosas ao Recife, após o término do movimento de Canudos, com a derrota do
Conselheiro e seus seguidores. A prova náutica foi um sucesso, o que serviu de
estímulo para que fosse criada uma associação que recebeu o nome de Clube dos
Pimpões, que contava com a participação dos empregados das ruas Direita e
Rangel. Algumas competições foram, a partir de então, disputadas com muito
entusiasmo pelos dois grupos, os da antiga Lingueta e os da nova agremiação, o
pessoal do novo Clube dos Pimpões.”
Estavam sendo dados os primeiros passos para a
criação de uma agremiação destinada a escrever páginas gloriosas em sua
existência. O Clube dos Pimpões logo foi transformado em Clube Náutico
Capibaribe ao ser reorganizado.
Antes da oficialização, com nome e data, do
Náutico, houve duas tentativas de agrupamento de uma turma de remadores numa
associação. Assim, inicialmente apareceu o Clube dos Pimpões. Depois veio o
Recreio Fluvial. Em dado momento, no intervalo de tempo entre o nascimento de
um e outro, chegou-se a criar um embrião do Clube Náutico Capibaribe, sob esta
mesma denominação. Como o Clube dos Pimpões e o Recreio Fluvial, a nova
agremiação teve vida efêmera. Porém, pouco depois, os remanescentes dos
Pimpões, Recreio e Clube Náutico retornaram à atividade, de maneira concreta e
organizada, já sob a denominação definitiva e oficializada de Clube Náutico
Capibaribe.
ENFIM, SURGE O NÁUTICO
O que existira antes não passava de um movimento
protagonizado por aficionados do remo, mas sem a documentação que viesse a
fazer com que o clube existisse oficialmente. Isso veio a acontecer em 07 de
abril de 1901, com a lavratura da ata de fundação. Agora, sim, o Clube Náutico
Capibaribe passava a ser uma realidade. Existia, de fato e de direito.
Juntava-se assim ao Clube Internacional do Recife, que vinha do século
anterior. O clube da Madalena, sediado na Praça Euclides Cunha, a popular Praça
do Internacional, recebeu a atual denominação em 19-7-1989, pois desde
19-7-1985 existia, mas com o nome de Clube Ultramarino.
ATA
DA FUNDAÇÃO
VITORIOSA
ESTREIA NO FUTEBOL
Antes do jogo, disputado no British Club, situado
por trás de onde hoje é o Museu do Estado, na Av. Ruy Barbosa, no bairro das
Graças, foram proferidos vários discursos em que aquele momento histórico era
enfatizado. Ambos os times contaram com ingleses que residiam no Recife, tendo
sido estas as duas eacalações:
Náutico – King;
Montagne e Ávila; Rumage, Ivatt e Coock; Silva, H. Grant, Mausell, Thomas e
João Maia.
Sport
– Lhatan; Oliver e Mielar; Frank, Pickwood e Robson; Alberto Amorim,
Marsh, Griffith, C. Chalmers e J. Amorim.
O árbitro foi o inglês Thomas Wright, auxiliado por
Guilherme Aquino da Fonseca, fundador do Sport, e A. Chalmers.
Um mês depois houve uma revanche, agora na Campina
de Santana, onde hoje está o Shopping Plaza, em Casa Forte. Empate de
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