Futebol Pernambucano

 

Foto: Reprodução


 

CRUZADA CONTRA VIOLÊNCIA

 



CLAUDEMIR GOMES

 



A violência está na pauta do futebol brasileiro há um bom tempo. De Norte a Sul do País, são tantas as ocorrências registradas semanalmente que, agressão se tornou uma coisa banal. Acontece de diversas formas: verbal, com alto viés de encenação, física; contra árbitros; entre jogadores; confrontos entre torcedores de diferentes torcidas; afrontamento a policiais e seguranças, enfim, o pacote de maldades atende a todos os desejos e instintos.

O que fazer para pôr fim a este cenário?

A pergunta motivou a Federação Pernambucana de Futebol a criar a COMISSÃO PERMANENTE DE PREVENÇÃO A VIOLÊNCIA NO FUTEBOL PERNAMBUCANO, que é presidida pelo Dr. Agnaldo Fenelon de Barros, e tem Bruno Loureiro Cavalcanti Batista, Edeilson Lins de Souza Júnior, Ivan Veigas Renaux de Andrade, Paulo José Pessoa Monteiro, Roberto de Acioli Roma e Rômulo Martins de Farias como membros desta ferramenta cujo desafio é encontrar uma forma de diminuir os índices da violência no futebol estadual.

A violência sempre foi uma matéria complexa, e a do futebol, alimentada pelo componente emoção, ganha uma proporção gigantesca, fato que lhe torna cada dia mais desafiadora. Dr. Agnaldo Fenelon conhece a matéria como poucos. Foi um dos articuladores e criadores do Juizado do Torcedor, ferramenta de combate a violência nos estádios pernambucanos que virou referência até no exterior. A época, os criadores do JT, órgão que conseguiu diminuir em 70% o índice de violência nos estádios recifenses, foram convidados para apresentar a experiência na Inglaterra, Espanha e em países da América do Sul.

A negligência de gestores políticos provocou uma desidratação no Juizado do Torcedor provocando um crescimento assustador da violência no futebol estadual.

A cruzada contra a violência no futebol pernambucano, capitaneada pela CPPVFP, tem como ponto de partida a criação de uma CARTILHA que servirá para orientar, e educar o torcedor. Profissionais de vários seguimentos da sociedade serão ouvidos e, quando estiverem com o manancial de sugestões em mãos, farão a triagem do que consideram válido para criação do instrumento.

Não por culpa da Comissão, o primeiro passo desta cruzada contra violência nos estádios pernambucanos, foi frustrante: dos 23 profissionais da imprensa convidados, apenas dois – Lenivaldo Aragão e Claudemir Gomes – compareceram ao encontro. As ausências dos tantos outros não foram justifi

cadas.

A omissão pode ser interpretada como uma lavagem de mãos, coroada com uma irônica frase: “Meu negócio é criticar. Não apresentar sugestões”.

Solitários e decepcionados com o descaso dos companheiros de classe que foram convidados para a reunião, que aconteceu na sede da FPF, eu e o mestre, Lenivaldo Aragão, fizemos um pacto, e nos esforçamos para, com nossos conhecimentos, repassar experiências que venham agregar algo a um projeto tão importante.

Desde cedo aprendemos que, “se todos varrerem a frente de suas casas, no final do dia a rua estará limpa”. Nós – eu e Lenivaldo – fizemos a nossa parte.

Sucesso a Comissão nesta difícil empreitada!

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