Zito (E) e Fernando Santana comemorando um gol do Santa (Arquivo do Blog) |
No Arruda, dupla homenagem
a Zito Peito de Pombo
O Central entrou no Campeonato
Pernambucano em 1961 e, como ainda hoje acontece, sempre revelou muitos valores. Seus jogos, no então Estádio
Pedro Victor de Albuquerque, hoje Estádio Luiz José de Lacerda, o Lacerdão,
empolgava a Capital do Agreste e o povo das cidades vizinhas. A ida de qualquer
um dos três grandes do Recife à antiga Terra dos Avelozes se constituía numa
festa. A Rodovia BR 232 era invadida por um grande número de automóveis, chegando,
às vezes, a haver engarrafamento, principalmente na Serra das Russas, naquele
tempo com apenas um leito de estrada para mão e contramão.
Além das cobras criadas, a
Patativa vez por outra lançava um garoto saído das divisões básicas, muitos trazendo
o carimbo do esforçado e competente Cóia, o treinador da meninada. Zito foi um
deles. Vigoroso, com seu futebol elegante e vistoso, logo substituiu o volante Pissica,
um dos esteios iniciais do Alvinegro, mas em fim de carreira.
Uma das primeiras formações do
Central, com Zito titular, em Caruaru, num jogo contra o Náutico, foi Dudinha;
Da Cunha, Edimilson, Jucélio e Nenzinho; Zito e Guimarães; Leonardo, Pinheiro,
Esquerdinha e Fernando Lima. (Vadinho, o maior nome daquela constelação estava
a quilômetros de distância, defendendo o Santos de Pelé, e depois o São Paulo.
Por isso, o mágico meia armador, que também jogou pelo Náutico e pelo Sport não
figura na escalação).
Depois de brilhar intensamente
na Patativa, em 1967 Zito dava as caras no Arruda, a convite de Waldomiro Silva,
conselheiro, ex-treinador do Santa Cruz e um caçador de talentos para o Mais
Querido.
No Tricolor, Zito fez história.
Começou nos aspirantes, mas logo subiu para o elenco principal. Participou da conquista
dos cinco títulos que levaram o Santinha a sagrar-se pentacampeão pernambucano,
de 1969 a 1973. Gilberto; Gena, Rivaldo, Paulo Ricardo e Botinha; Zé Maria
(Luciano) e Zito; Fernando Santana (Walmir), Ramon, Betinho e Erb, esta uma das
formações do Tricolor em 1973, o ano do Penta.
Ainda hoje é festejado tanto
em sua terra, como nas Repúblicas Independentes do Arruda. É uma presença certa
na festa anual denominada Dia do Boleiro. Muito requisitado para os bate-papos,
quando há uma brechinha, ele aparece junto ao conjunto que anima os festejos,
soltando seu vozeirão através de um belíssimo acervo de músicas românticas.
Na época de Zito, o Santa Cruz
realizou várias campanhas espetaculares no Campeonato Brasileiro. Numa delas,
em 1973, o Mais Querido venceu o Santos por 3 x 2, no Arruda, Zito exerceu uma esplêndida
marcação sobre Pelé, que naquele dia teve que se curvar ao esplendor
demonstrado pelo craque de Caruaru, do qual levou um “chapéu”, ou “banho de
cuia”, como queiram, para alegria da torcida coral. Quatro dias depois, o time
do Santa viajava para jogar no Sudeste e na escala em Salvador, os santistas, que
tinham saído do Recife para jogar na capital baiana, entraram no avião, pois
seguiriam no mesmo voo para São Paulo. Formaram-se aqueles grupinhos de conversas.
Pelé batia um papo com Gena, seu amigo, quando viu Zito esparramado numa
poltrona. Perguntou ao lateral tricolor: “Quem é aquele Peito de Pombo ali, que
me marcou domingo?”
O apelido pegou na hora e acompanha
Zito até hoje. “É um apelido fraco, dado por quem deu”, costuma brincar nos
momentos festivos com os velhos companheiros, o sempre engraçado Zito.
Pois, o Zito venerado pelas
torcidas do Central e do Santa Cruz, estará mais uma vez no centro do gramado
do Mundão do Arruda, neste sábado (2).
No intervalo do jogo Santa Cruz
x Central, o caruaruense que hoje reside em Jaboatão dos Guararapes, receberá
uma placa em que os dois clubes proclamam conjuntamente a gratidão e a
admiração por tudo o que o ex-craque fez defendendo a Patativa e a Cobra Coral.
Palmas para o Peito de Pombo,
que ele merece!
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