O pernambucano Wilson Souza não fazia concessões (Foto: Reprodução) |
O paraguaio Chilavert não conhecia
Wilson Souza...
O pernambucano Wilson
Souza faz tempo parou de apitar. Terceiro árbitro pernambucano a figurar no
quadro da Fifa – os outros foram Argemiro Felix de Sena (Sherlock) e Sebastião
Rufino – Wilson era por vezes contestado por fazer questão de apitar e seguir
as normas ao pé da letra, sem concessões.
Suas histórias
ainda são contadas, aqui, acolá. O livro “Caiu na Área é Pênalti”, do
comentarista e pesquisador carioca Marcelo Migueres, traz mais de uma, como
esta, intitulada “Era uma vez na América”:
“Paraguai e
Colômbia no Defensores del Chaco, eliminatórias da Copa do Mundo de 1998. O
polêmico goleiro paraguaio Chilavert aprontou de novo. Achando que Wilson Souza
de Mendonça não estava olhando, deu uma cusparada em Asprilla. O colombiano
passa a mão no rosto e revida com um murro. O árbitro foi até o local e
expulsou o agressor, que saiu sem reclamar. Caído, Chilavert recebe o
atendimento médico e após um bom tempo levanta-se ainda meio zonzo.
– Tem condições
de jogo? – perguntou Mendonça.
– Agora sim,
posso prosseguir – devolveu o goleiro.
– Não, o senhor
não pode. Tá expulso!
– O quê? Mas eu
não fiz nada.
– Eu sei o que
vi e o senhor sabe o que fez – completou Mendonça.
O estádio veio
abaixo. Impassível, o árbitro esperou os ânimos serenarem, pegou a bola e
apontou em direção à área do Paraguai. Pênalti! Nova confusão, mas a partida
prosseguiu e a Colômbia marcou o gol. No final, o jogo terminou empatado e
Wilson recebeu do inspetor de árbitros da Fifa uma das maiores notas da
história da entidade: nove e meio”.
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