Pelé, o do jornal, já não está entre nós
Manoel Inácio, Pelé |
“Mané Amaro... Ô Amaro, ô
Amaro”! Era assim que o veterano jornalista Paulo Viana, voltado para os
assuntos econômicos e afros, criador da célebre “Noite dos Tambores Silenciosos”,
se dirigia a Manoel Inácio, diagramador do Jornal do Commercio – começou como
contínuo, virou ascensorista, mas logo pegou o macete da diagramação. Teve ligeira
passagem pelo Diario de Pernambuco, mas a ligação profissional mesmo foi com o
JC. O Amaro nada tinha a ver, mas era uma alusão ao famoso árbitro de futebol e
ao mesmo tempo refrão de uma cantiga de terreiro. Manoel Amaro de Lima, um vitorioso juiz de
futebol alagoano, radicado em Pernambuco, que apitou o jogo do milésimo gol de Rei
Pelé, entrou na história, de graça.
Manoel Inácio, ainda adolescente
foi apelidado como Pelé pelo jornalista e mais tarde secretário de Redação do JC Wladimir Calheiros e assim ficou. Pouquíssimos colegas sabiam seu nome. Durante muito
tempo, até recolher régua, lápis, borracha etc., Pelé foi encarregado do
fechamento das páginas esportivas do JC. Nessa condição, eu convivia
diretamente com ele, todos os dias. Ainda viveu a nova fase do jornal, quando
as velhas e gigantescas linotipos e as máquinas datilográficas deram lugar aos
computadores. Aposentado, passou a ver o tempo passar, sossegadamente, com a família,
em Olinda. Teve convite para trabalhar
na Secretaria de Imprensa do Governo de Pernambuco, mas recusou.
Paulo Viana e Manoel Amaro há
muitos anos partiram e Pelé acaba de seguir seus passos. O antigo jornalista
morreu de morte natural. Seu
sepultamento está marcado para este sábado (8), às 16h, no Parque das Flores,
no Recife. Mais um da velha guarda que se foi. Que o bom Deus o receba!
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