Uma pegadinha que tirou Josenildo Carvalho do sério

 Por Hugo Benjamin


O presepeiro Hugo Benjamin (Arquivo)


Josenildo era meu professor na Escola de Educação Física nos anos 70. Dai, nasceu uma grande amizade, entre estudos, pesquisas e mesas de bares. Não era nenhum desconhecido dele até porque meu pai, Milton Benjamin havia sido seu professor na mesma escola, na cadeira de Higiene. Já vitorioso em Pernambuco, resolveu voar mais alto e foi fazer sucesso em Manaus, Minas e São Paulo, passando por vários clubes e Seleção Brasileira de voleibol, mas sempre durante esse tempo a comunicação não parava. 

Chegando de férias, a mesma rotina, com muitas histórias botando a resenha em dia. E foi, então, que um dia após chegar de Sampa fomos tomar uma e aí nesse bar, ele achou que um cliente era Otávio da Rosa Borges, campeonissimo jogador de basquete pelo Sport, com quinze anos de muitos títulos. Detalhe é que Dr. Otávio é torcedor do Náutico. Bem, conversa vai e vem e o professor/técnico insistia dizendo pra mim que o cliente era Otávio. Já meio encharcado, levantou-se e foi tirar a famosa água do joelho. O sósia de Otávio tava bem próximo de mim, vizinho, e passei pra ele todo o perfil do que tava rolando e se ele topava, então, ser o nosso querido Otávio. Mais safado do que eu, de pronto disse que sim. Armação e covardia já encenadas, KKK lá vem Josa do sanitário. Olhar fixo no cliente. Já bem próximo, o cliente levanta-se, e de supetão prrgunta: “Josenildo?” “Sim. Otávio?” “Sim”. Entre apertos de mãos e abraços o desabafo na minha cara dizendo: “Não disse que era ele? Eu tinha certeza.” 

Josenildo Carvalho (Reprodução Voz de Pernambuco)

Passado o lance "vitorioso" e já sentados, entornamos mais umas cervas e ainda com presença do cliente gaiato, contei sobre a armação e pegadinha. Risadagem geral minha e da mesa vizinha não foram bem recebidas pelo amigo Josa, que, de imediato, chamou o garçom e pediu a conta. Depois disso, ficou sem falar comigo, dizendo que um dia me daria o troco. Seu silêncio durou exatamente uma semana, logo após me ligar e marcar pra tomarmos outra. Claro, que naquele bar, jamais. Professor Josenildo da Rocha Carvalho e o Dr. Otávio da Rosa Borges continuam morando no Recife e estão muito bem. Tem amigo safado quem pode!

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