Lenivaldo Aragão
É este que desabou sobre o
futebol pernambucano, num momento em que a Terra dos Altos Coqueiros procura, a duras penas, se reerguer nos cenários
regional e nacional. Acordo da Federação Pernambucana de Futebol e o governo do
Estado, através da SDS (Secretaria de Defesa Social) não é levado em
consideração pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). E as
divergências correm soltas, como se viu no recente Clássico dos Clássicos, em
que o Sport levou a melhor sobre o Náutico, nos Aflitos, longe de sua torcida. Mas
não estamos falando de alguma ocorrência havida dentro de campo, onde pequenas
desavenças surgidas estiveram dentro da normalidade futebolística.
Proibida de ir ao estádio, conforme
determinação dos poderes locais, a turma do Leão se alvoroçou após seu clube
ter tido uma liminar aprovada à última hora pelo STJD, como já acontecera com o
CRB e o Bahia, em jogos contra o Náutico e o próprio Sport pela Copa do
Nordeste, justamente a competição pela qual timbus e leões se encararam sábado
passado (4 de fevereiro). E o clima de pode, não pode, vigorou até os últimos
instantes, tanto é que os portões só foram abertos quase em cima da hora de o
jogo começar, e apenas para a galera alvirrubra. Se alguns rubro-negros
entraram foi de maneira disfarçada.
A Polícia Militar argumenta não
poder dar conta, se o clássico tiver duas torcidas. Quando a questão chega ao STJD,
este estabelece a duplicidade de
torcidas, certamente sob a alegação de que são os órgãos esportivos que colocam
os pingos nos ii em assuntos que lhes dizem respeito. Já por aqui, a PM não
pensa assim.
Na época do Carnaval as
alegações da nossa força policial são aceitáveis, uma vez que as festas pipocam
por toda parte com muita antecedência. “Quem é de fato bom pernambucano”, como cantou
o notável Luiz Bandeira, sabe que o período pré e momesco por aqui é atípico,
diversificado e espalhado.
A respeito da medida tomada
sobre torcida única, talvez o tema não tenha sido bem amarrado, no que se refere
ao tipo de competição em que vigoraria. Seria importante que a FPF ou o TJD
local se dirigisse ao STJD para descascar este abacaxi.
No passado, e isso tentarei
contar depois, duas enormes confusões, mas de âmbito local, tiveram a
interferência, não de modo ditatorial, e sim, em tom cavalheiresco, dos
governadores Barbosa Lima Sobrinho e Agamenon Magalhães, ambos desportistas, com
repercussão junto à CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e ao CND
(Conselho Nacional de Desportos).
É preciso que esse clima de
beligerância entre os poderes público e desportivo chegue ao fim. Futebol é
paixão, mas sobretudo diversão.
Creio que o momento está a
exigir uma ação enérgica, dentro dos princípios democráticos em que ele diz se
nortear, do presidente da FPF, Evandro Carvalho, ex-delegado de polícia e
advogado atuante, portanto, um homem da lei.
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