NO PÉ DA CONVERSA-Lenivaldo Aragão

Confusão no clássico de uma só torcida (Foto: YouTube-reprodução)


 SÓ VALEU A INTENÇÃO


O Clássico dos Clássicos com uma só torcida terminou se constituindo no primeiro grande fiasco do Campeonato Pernambucano de 2023. Havia apenas 5.226 pagantes nos Aflitos, entre eles, alguns rubro-negros infiltrados. E um jogador do Sport achou de insuflar a galera do Náutico, chutando a bola para a arquibancada, onde se concentravam centenas de alvirrubros. O pau quebrou dentro e fora de campo. A polícia teve que agir. Ou seja, valeu somente a intenção.


NÃO DEU LIGA

Na semana passada houve uma reunião amistosa do presidente da FPF, Evandro Carvalho, com cronistas esportivos da velha guarda, ou seja, “a turma do pijama”, como foi batizada. O cartola-mor falou da adoção de torcida única para os clássicos. Isso não é novidade, pois existe em vários Estados, começando por São Paulo. No caso de Pernambuco, a medida foi tomada para atender solicitação das autoridades policiais. Creio que depois dessa experiência haverá necessidade de uma nova discussão para, talvez, se tomar uma nova diretriz.


LÂMPADA DE DIÓGENES

O presidente Diógenes Braga, do Náutico, desde a implantação da novidade vem tentando mostrar a seus confrades do Santa e do  Sport que torcida única não é a solução. Ou seja, para Diógenes, o buraco é mais embaixo. É preciso, portanto, acender a lanterna!


ACORDA PRO GALO, CBF!

A tabela da Copa do Nordeste programava para sexta-feira que vem (17), o clássico Sport x Santa Cruz, na Ilha do Retiro. Certamente o pessoal por lá desconhecia que àquela altura, o Carnaval já estará pipocando no Marco Zero, ladeiras de Olinda e vários outros pontos do Grande Recife, com o Galo da Madrugada azeitando as canelas para sair por aí. A Secretaria de Desenvolvimento Social de Pernambuco entrou em acordo com a turma da bola, e o Clássico das Multidões está adiado sine die.  


OS TRÊS NO GRAMADO

Enquanto o Clássico das Multidões não vem, torcedores de Santa e Sport terão oportunidade de vê-los em ação nesta terça (14) pela terceira das oito rodadas da fase classificatória do torneio regional. A Cobra Coral recebe o Atlético-BA, no Arruda, às 19h, e o Leão da Ilha visita o Ceará, às 21h30, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza. Demais jogos: Campinense x CRB, 19h; CSA x Ferroviário-CE, 19h30; Bahia x Fortaleza, 21h30. O Náutico só jogará nessa quarta (15), contra o Fluminense do Piauí, às 21h30, nos Aflitos.



COMO ESTÃO

Grupo A

1º) Sport, 6

2º) Fortaleza, 6

3º) Ferroviário-CE, 4

4º) CRB, 4

5º) Sampaio Corrêa, 3

6º) Fluminense-PI, 2

7º) Vitória, 1

8º) Atlético-BA, 0

Obs.: o Fortaleza tem um jogo a mais.

Grupo B

1º) CSA, 4

2º) Náutico, 4

3º) Sergipe, 3

4º) ABC, 3

5º) Ceará, 3

6º) Santa Cruz, 2

7º) Bahia, 1

8º) Campinense, 0

Obs.: o Sergipe tem um jogo a mais.


PEREIRÃO E O FUTSAL – No saguão do Hospital Santa Luzia, em Casa Forte, eu me deparo com Joaquim Pereira, um símbolo do futsal do Náutico, jogando ou atuando como técnico e dirigente. Seu nome está intrinsecamente ligado à turma do eneacampeonato pernambucano (1967 a 1975) e da Taça Brasil (1967), competição que fazia as vezes do ainda inexistente Campeonato Brasileiro. Época gloriosa do futsal alvirrubro. Está tudo contado no livro “Gerações Vitoriosas – Anos de ouro do futebol de salão do Náutico”,  do jornalista e treinador Gilberto Prado, o velho Betoca, que já nos deixou. Como  Pereira, Betoca participou intensamente da epopeia daquela rapaziada. Depois de uma bateria de exames atrasei minha saída do hospital pelo prazer de conversar com o sempre efervescente Pereirão, cuja brabeza nas quadras ou fora delas era enaltecida por uns e temida por outros. O filme da memória trouxe à cena muitas passagens, não apenas do velho futebol de salão, mas também do futebol de campo. Infelizmente foi só uma hora, pois um dia é pouco para a gente prosear com Pereirão, como eu lhe trato.  


O BURRO

Em Santa Cruz do Capibaribe, décadas atrás, esperava-se o resultado do jogo do bicho, que era dado pontualmente, de segunda a sexta, às 15h pela Rádio Clube de Pernambuco, através de código fornecido pela Loteria Estadual. “Atenção, atenção, senhores concessionários do Interior. Loteria informa o resultado de hoje”. E o locutor declinava as letras que equivaliam a algarismos. Aos sábados, o sorteio era passado uma hora mais tarde, porquanto vinha da Loteria Federal.

Certa tarde, uma das pessoas presentes na banca, esperando a notícia e jogando conversa fora, era o cabo Cordeiro, integrante do destacamento policial. Em dado momento, Zé Carvalho, um dos cambistas, despertou a atenção geral ao se dirigir ao militar:

– Cabo Cordeiro, Carlinda sonhou com o senhor e jogou burro.

Carlinda era uma pessoa muito conhecida na ainda pequena cidade, mãe de Heleno Pratinha e Val, que brilharam no Ypiranga, na época do amadorismo. Com a informação de Zé Carvalho, que dirigia um time de meninos, as pessoas entreolhavam-se, estranhando aquela colocação. O cabo limitou-se a perguntar secamente:

– Foi?  

Deu um pigarro meio forçado e tirou uma tragada do seu famoso charuto Suerdieck, olhando meio sem graça para Zé Carvalho, que esclareceu:

– Ela pegou o palpite pelo seu quepe.

Um alívio. Na parte frontal, o chapéu do militar tinha um “3” bem visível, indicando sua vinculação ao 3º Batalhão da PM. E 3 no grupo do popularíssimo jogo do bicho é burro.

– Ah sim – murmurou o cabo Cordeiro com um leve sorriso, ainda meio sem graça.  

O TIME DELES


Almir Rouche – Sport  


Jota Michilles – Náutico


Maestro Spock – Santa Cruz

 

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