HISTÓRIAS DO LENDÁRIO PALMEIRA (1)

Campeão de permanência à frente dos três grandes de Pernambuco


Náutico, campeão de 1950.pé, Manuel Lopes (dirigente), Palmeira (técnico), Sidinho, Lula, Azulão (eventualmente substituindo o titular Vicente),  Jaminho,  Gilberto e Dico; agachados, Carmelo, Ivanildo, Amorim, Alcidésio e Zeca (irmão de Mituca, China e Expedito, também jogadores.) (Arquivo do Blog)
 

Lenivaldo Aragão



Uma das figuras mais emblemáticas do futebol pernambucano, entre os anos 30 e 70  do século passado, foi José Mariano Carneiro Pessoa, conhecido por Palmeira. Comprido e magro, ganhou o apelido quando era zagueiro do Club Sportivo da Encruzilhada, um time do Campeonato Suburbano, equivalente à Segunda Divisão, tendo participado da Primeira Divisão, de 1929 a 1935.

Palmeira foi também juvenil no Sport e no Santa Cruz. Logo cedo desistiu de ser jogador, dedicando-se à arbitragem. Depois virou técnico, muitas vezes acumulando os papéis hoje desempenhados pelo supervisor, gerente, chefe de delegação, empresário e preparador físico.

Como treinador tornou-se recordista de permanência nos clubes em Pernambuco. Na primeira vez em que esteve no Santa Cruz reinou três anos e sete meses, ininterruptamente. No Náutico foram quatro anos e 10 meses, e no Sport quatro anos e alguns dias.

Seus títulos de campeão pernambucano: Santa Cruz, 1946/1947

Náutico, 1950/1951/1952-este último invicto, e participação em 1954, juntamente com Ivanildo Souto da Cunha e Sílvio Pirilo.

Sport, 1961/1962.

Em 1965  foi campeão baiano com o Vitória, num ano em que o futebol da Boa Terra viveu uma das maiores crises de sua história. Uma agressão ao narrador Cleo Meireles, dos Diários e Emissoras Associadas, dentro de um ônibus, cometida por três capangas do presidente do Vitória e deputado federal Ney Ferreira, fez o mundo desabar. A mídia esportiva passou a boicotar o campeonato estadual, deixando praticamente de cobri-lo, principalmente quando se tratava do Vitória, cujo nome foi eliminado dos noticiários. No meio desse turbilhão estava Palmeira, que conseguiu levar o Leão da Barra, campeão de 1964, ao bicampeonato. Palmeira comandou ainda o América-RJ e o América-PE, e Seleção Pernambucana no Campeonato Brasileiro de Seleções.

 MOMENTOS QUE FICARAM NA HISTÓRIA

O treinador recordista de Pernambuco participou de muitos momentos históricos do futebol pernambucano. Vejamos alguns:

1 Entre dezembro de 1941 e janeiro de 1942 acompanhou o Sport, como árbitro convidado, o que era uma praxe, na época, na   célebre excursão do Leão ao Centro-Sul.

2 Em 1942 foi assessor da chefia da delegação e, na prática, o treinador, integrando a trágica Embaixada Suicida, na viagem marítima do Santa Cruz ao Norte do Brasil, em plena época da Segunda Grande Guerra. Programada para um mês, a excursão dos tricolores terminou levando quatro meses, devido às dificuldades para retornar. Dois jogadores morreram na triste ‘peregrinação’.

3 Palmeira comandava a equipe de Pernambuco em janeiro de 1957, quando após ter sido goleado pelo Rio Grande do Sul por 5 x 1, em Porto Alegre, o time azul e branco superou os gaúchos por 2 x 1, lá mesmo na capital dos Pampas, eliminando-os do Campeonato Brasileiro de Seleções.

4 Era ele o técnico do Náutico, em 1953, quando da ida dos alvirrubros à Europa. Pela primeira vez, de uma equipe do Norte-Nordeste do Brasil cruzou o Oceano Atlântico rumo ao Velho Mundo.

5 Em 1963, o Sport, bicampeão pernambucano (1961/1962), dirigido por Palmeira, representou o Brasil no Torneio de Nova York, competição que se realizava anualmente, visando a despertar o interesse dos norte-americanos pelo futebol.

Delegação do Sport rumo aos Estados Unidos em 1063. Em pé, Zé Ramos-massagista, Valter, Laxixa, Tomires, Fioti, Bentancor, Adelmo, Baixa, Palmeira-técnico, Nenzinho, Djalma e Adonias de Moira-jornalista; sentados, Alemão, Garrinchinha, Leduar, Alberto Galvão de Moura-dirigente, AntônioPalmeira-dirigente, Abílio, Dirceu, Juths e Fescina (Foto: Arquivo do Blog)



 


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