O combalido time do Náutico viajou
a Chapecó, em Santa Catarina, com o objetivo de evitar que sua posição de lanterninha
da Série B 2022 fosse definitivamente carimbada. Tratou-se apenas de uma boa intenção, posto que a derrota (0 x 1),
no Estádio Índio Condá foi inevitável. Faltando apenas um jogo, em casa, contra
a Ponte Preta de Hélio dos Anjos, um dos cinco treinadores do Alvirrubro, neste
ano, não há como sair da última colocação. “Daqui não saio, daqui ninguém me
tira...” A antiga marchinha do carnaval carioca parece simbolizar o clube dos
Aflitos nestes dias tão insossos. Se bem que ser lanterna ou vice-lanterna dá
no mesmo.
A verdade é que o atual
bicampeão pernambucano vai deixando de ser referência não apenas nacional. Ouvi
em entrevista para o Diario de Pernambuco, Pelé classificar pela primeira vez o
Náutico de Nado, Bita, Nino, Ivan e Lala, como sendo melhor do que o Cruzeiro
de Piazza, Dirceu Lopes, Tostão e outros monstros sagrados. Hoje, infelizmente,
nem no futebol nordestino o Timbu é reverenciado. Chega nesta nova visita à
Série C, a terceira divisão do futebol brasileiro, profundamente abalado. E
desgastado. Sua campanha em 2022 em nada condiz com o passado de uma equipe que
mesmo nas derrotas tinha seu nome mencionado com respeito e admiração. Em 37
jogos disputados até agora, foram 8 vitórias, 6 empates e 23 derrotas, com 22
gols a favor, 64 contra e saldo negativo de menos 32. Horrível!
As contratações na sua maioria
deixaram muito a desejar. Hoje, com raras exceções, jogador de um nível
razoável foge dos Aflitos, haja vista o clube não poder mais concorrer com
adversários de seu nível em termos salariais. É claro que o simples endividamento,
muitas vezes causado por uma reação emocional, sem uma planificação, é
inconcebível. O futebol exige profissionalismo e não apenas a vontade de
participar amadoristicamente.
Urge uma providência urgente
para que o Timbu se imponha e na Série C 2023 não seja apenas um mero
participante, correndo o risco de fazer o indesejável mergulho para uma
profundidade maior, a indesejada Série D. Mas que chegue, chegando.
Uma corrente se movimenta
visando afastar o presidente Diógenes Braga. Este ato por si só seria a solução?
Com ou sem o atual mandatário é preciso que haja um plano concreto para a
reabilitação do clube. Os últimos tempos têm sido de um antagonismo
preocupante, que só tem afundado o Alvirrubro. Figuras que ainda podem dar sua contribuição vivem
hoje uma espécie de expurgo. O hino oficial do clube fala em “união das duas
cores”, o que precisa ser revigorado e levado à prática neste momento crucial.
Foto: Tiago Meneghini-ACF
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