Lenivaldo Aragão
Nesta quarta-feira 21 de
setembro de 2022 comemora-se mais um Dia do Radialista. Por isso venho aqui me congratular
com a classe, que continua sacrificada – salvo as exceções de praxe –, mas dinâmica.
Nem todos sabem, mas sou do ramo. Aliás, fui.
Foi nesse caminho que dei meus
primeiros passos na profissão. No já longínquo ano de 1957 comecei a “cupinchar”
– o foca de hoje era chamado de cupincha – na Rádio Clube de Pernambuco.
Chegado de Santa Cruz do
Capibaribe, de onde ouvia as transmissões de jogos do Campeonato Caruaruense
pela Rádio Difusora de Caruaru, com Clovis Gonçalves, Arnaldo Carvalho, Luiz
Torres e Cordovil Dantas, depois de mais de um ano morando na Capital, passei a
conviver com profissionais cujos nomes sabia de cor, como Célio Tavares-Cleo,
um carioca radicado no Recife, chefe da equipe; os irmãos Itamar e Laudenor Pereira;
Fernando Castelão, Fernando Belo, Darcy Menezes, Cesar Brasil, Edécio Lopes, Pinto
Lopes, Armando Fraga, Gonzaga de Oliveira, Milton Ribeiro, Raimundo Jorge, Antônio
Barros, Inaldo Carvalho, Adonias de Moura, Geraldo Lessa, e um pouco mais
adiante, Fausto Neto, Luís Cavalcante, Walter Spencer, Jota Soares, Rildo
Uchoa, Renato Silva, Wagner Mendes, Vicente Lemos, Antônio Menezes, João Batista, Estanislau Oliveira, Cabral de
Oliveira, meu irmão Paulo Moraes. E um pouco mais adiante ainda, Nilton
Oliveira, Egídio Serpa, a dupla Ivan Lima-José Santana, Aldir Doudement, os irmãos Roberto e Paulo Machado, Helimar
Santiago e por aí vai. Na parte dos
concorrentes fiz inúmeros amigos, como Zé Bezerra, o Príncipe de São Caetano, Fernando Ramos, Barbosa Filho e por vai,tornando-se uma tarefa incansável para mim e vocês
que me leem continuar a citar nomes.
Fora do esporte, na vastidão dos corredores, salas e auditórios da velha PRA-8, fui contemporâneo, entre outros, dos jornalistas Joezil Barros e Wilson Soares, ambos também em início de carreira, do gordo Aldemar Paiva, com seu “Pernambuco Você é Meu, o programa dos pernambucanos ausentes e saudosos” em que o frevo predominava; Alcides Teixeira, Augusto Tovar, Hermes da Fonseca, luiz Madruga, Gordurinha, Coroné Ludugero e seu secretário Otrope, Severino Barbosa, Rudi Barbosa, Gino Cesar, Sebastião Lopes, Luiz Maranhão, Luiz Maranhão Filho, Albuquerque Pereira, Ziul Matos, Antiógenes Tavares, Sebastião Stanislau, Jota Austregésilo, Hélio Lacerda, Jorge José, Marina Azevedo, aulo Cordeiro, José Santa Cruz, Dantas de Mesquita, Djalma Torres, Torres Filho, Luiz Queiroga, Meves Gama, Valter Lins, Glauce Bandeira, Carmen Tovar, Mercedes del Prado, Raimundo Santos, Hugo Martins, Apolônio Azevedo (doutor Popó, como dizia Aldemar), os maestros Nelson Ferreira, José Menezes, Severino Rivoredo, o flautista Jair Pimentel, um pouco mais na frente, Jair Duarte Gama, Genivaldo di Paci, Fernando Freitas, Marcos Macena, Rogério Sette, Agenor Marques, Otto Schiller e Alberto Moreira, responsáveis pelos transmissores; Gerivaldo Mafra, Luiz Gonzaga, Giovani Siqueira, Hélio Ramos, Zita Moreira, Marcelino Neto, Nora Ramos, Osmário Marques (Cipó), Mariano, o vigia que tratava a todos como “amigo”, seu Chico, zelador, Uraquitã Lima, seu Manuel Fidelis e os filhos José, Djalma e Eduardo, Martins da Sanfona e Martins do Pandeiro (irmãos), Augusto Tovar e sua Manhã da Saudade, Dolores Brandão, Genival Lacerda, Antônio Duque, Aguinaldo Batista (Azarildo), José Uchoa, Uchoa Cavalcanti-irmão de Rildo Uchoa, o casal Lúcio Mauro e Arlete Sales, Creusa Cunha (cantora), Creusa de Barros (atriz e comediante). Aguardem, outros nomes virão.
Na parte musical, além de Manta, violonista preferido por Alcides Teixeira para seu “Programa das Vovozinhas”, divertia-me, às vezes na barraca de Neco Leobino, no outro lado da Cruz Cabugá, bem defronte do Palácio do Rádio Oscar Moreira Pinto, com um conjunto regional formado por Neco (não o dono da barraca), China, Jacaré, Pai do Mato e Gruvião. Só os nomes faziam rir.
Tempos alegres e esperançosos.
Durante quase uma década dividia-me entre a Clube e o Diario de Pernambuco,
ambos dos Órgãos Associados, empresa espalhada por todo o Brasil, pertencente
ao paraibano Assis Chateaubriand, um dos homens mais poderosos do País, na sua
época. Terminei optando apenas pelo jornal.
Fui apresentado ao “poderoso chefão”
pelo diretor do Diario, Antônio Camelo, no início de uma madrugada de domingo. Chatô,
como era chamado popularmente, já sediado no Rio, acabava de descer nos
Guararapes, vindo de uma de suas incontáveis viagens à Europa. Saiu do aeroporto
diretamente para o DP – aquele prédio que está em ruínas no centro do Recife,
junto da Pracinha do Diário. Era fim de jornada. Naquele momento havia apenas
alguns gatos pingados fechando a edição domingueira. Adonias estava com a
Seleção Cacareco no Equador, e eu me encontrava comandando a Seção de Esportes (o termo editoria veio mais tarde).
Fui apresentado, com as demais pessoas presentes, ao homem pelo nosso chefe Camelo, como uma revelação do
jornalismo pernambucano. O velho cacique, que foi até Embaixador do Brasil em
Londres, apertou minha mão, fazendo-me uma reverência em tom de brincadeira, ele que era um brincalhão nato.. Ainda não tinha nem 20
anos. Fiquei orgulhoso!
Obs.: tenho algumas histórias
sobre o rádio, principalmente esportivo, que soltarei aos poucos, aproveitando
mais este Dia do Radialista.
Belo comentário. Rico passado radiofônico. Parabéns.
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