Deu o “revestrés” no clássico
O Santa Cruz estava pronto para enfrentar o Sport em mais um Clássico das Multidões pelo Campeonato Pernambucano. O Tricolor havia destronado o Náutico, que reinara durante seis anos, ininterruptamente, no Estado, chegando ao badalado hexacampeonato. Já o Santa enveredava pelo caminho que o levaria ao Penta.
O
milionário James Thorp soltava dinheiro a rodo e os jogadores se encarregavam
de obter as vitórias dentro de campo. No comando da equipe, um mineiro calejado
e esperto, Duque, que havia sido um dos responsáveis pelo Hexa dos alvirrubros.
Quem curte futebol e viveu a época Duque
sabe que ele costumava apelar para o catimbó nos momentos difíceis. Não
obrigava ninguém a acreditar, porém, fazia questão de que respeitassem a sua
fé. Tinha seus macetes, como calçar uma meia de uma cor e uma de outra, ou
passar um campeonato inteiro vestindo a mesma camisa em todos os jogos. Havia
ainda uma série de itens que Duque fazia questão de cumprir. Ou seja, além de
seu trabalho, apelava para o dos outros, principalmente dos pais-de-santo. As
coisas poderiam não dar certo por qualquer motivo, não, por negligência de sua
parte.
Às vésperas daquele clássico, os
jogadores do Santa Cruz estavam concentrados na granja de James Thorp,
Em dado momento, o pai-de-santo
aproximou-se de Fernando Santana, deu-lhe uns solavancos, de leve, e
sentenciou:
– Edtou vendo que você vai fazer um gol.
Em seguida, chegou junto de Luciano e
Cuíca, prevendo que cada um deles também deixaria sua lembrança na rede do
Leão.
–
Já chega, com cada um fazendo um gol já são três, não precisamos de mais nada –
resmungou Cuíca.
Gol foi o que não faltou no Clássico das
Multidões. Em vez dos
Para não passar mais vexame perante seus
jogadores, Duque riscou o nome do pai-de-santo de seu caderno.
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